O transplante renal (TxR) é considerado método de escolha para terapia de substituição renal no tratamento de pacientes com doença renal crônica em fase terminal. No período pré-transplante, os pacientes candidatos a essa opção de tratamento necessitam de avaliação criteriosa, objetivando melhorar o prognóstico cirúrgico.
No período pós-transplante imediato (4 a 6 semanas após a cirurgia), além do estresse cirúrgico, há o uso de altas doses de medicamentos imunossupressores e a combinação desses fatores exige atenção aos cuidados nutricionais, uma vez que a terapia imunossupressora é parte fundamental do tratamento clínico e os efeitos adversos desses medicamentos podem afetar o estado nutricional.
No período pós-transplante tardio (após 6 semanas de cirurgia), podem ocorrer várias complicações relacionadas à nutrição, incluindo, entre outras, desnutrição energético-proteica, sobrepeso e obesidade, dislipidemia (níveis elevados de lipídios no sangue) e intolerância à glicose, considerados importantes fatores de risco para mortalidade e perda da função do enxerto renal.
O ganho excessivo de peso corporal é comumente observado após a realização do TxR. Estima-se que a predominância desse fator de excesso de peso pós-transplante seja maior que 40% dos casos. Em média, no primeiro ano após o procedimento, observa-se aumento de 10% no peso corporal do paciente. Os principais fatores que implicam no ganho de peso nessa população são: o regime imunossupressor; a interrupção de restrições da dieta associadas à diálise, melhora do apetite e na qualidade de vida.
Alguns autores sugerem que a obesidade pós-TxR pode ter efeito prejudicial na função do enxerto, existe uma associação positiva e significativa entre aumento da taxa de filtração glomerular e excesso de peso. Além disso, os receptores do transplante que apresentam sobrepeso ou obesidade tem maior risco de desenvolver doenças relacionadas ao excesso de peso, como diabetes tipo 2, hipertensão, hiperlipidemia e hiperuricemia, as quais podem resultar na doença cardiovascular, considerada a principal causa de morte em transplantados adultos.
O acompanhamento nutricional deverá ser iniciado junto à equipe multidisciplinar, desde a fase de preparação do paciente para o procedimento. Nessa fase, o paciente deverá ser orientado sobre a necessidade e a importância da terapia nutricional após a realização transplante. A orientação nutricional deve levar em consideração as preferencias alimentares, as condições clínicas, bioquímicas e nutricionais, o esquema de imunossupressão e os aspectos sociais e culturais do paciente.
Como a imunidade após o transplante fica prejudicada devido às medicações imunossupressoras, o risco de infecções em decorrência do consumo de alimentos e bebidas contaminados aumenta e pode ser grave. Para diminuir a probabilidade deste problema, cuidados na aquisição, manipulação e reaproveitamento dos alimentos devem ser tomados, como higienização correta de hortaliças, legumes e frutas que serão consumidos crus, águas devem ser estéreis (filtrada, fervida ou mineral), não consumir alimentos provenientes de animal mau cozidos; nem mel e palmito no período imediato do tratamento.
Além dos cuidados com a segurança alimentar, pacientes transplantados renais devem ter uma alimentação adequada para minimizar as chances do aparecimento de distúrbios como diabetes, dislipidemias, hipertensão e sobrepeso. Uma alimentação baseada em produtos naturais ou minimamente processados, evitando os produtos muito processados, contribui exponencialmente para a sobrevida do enxerto e do paciente.
Converse com um profissional nutricionista para avaliar como está sua alimentação.
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