
Telmo Artifon, 36 anos, é casado e tem um filho de nove anos. Sempre bem humorado, dirige um escritório na área de transportes de cargas em São José do Cedro, no Oeste catarinense. Considera-se um cara de bem com a vida e, segundo ele, tem motivos de sobra para se sentir feliz. Celebra todo dia a graça de estar vivo.
Mas, nem sempre foi assim. Em 2007, após exames de rotina, descobriu que os seus rins estavam atrofiados. Depois de três anos de tratamento conservador, em São Miguel do Oeste, foi obrigado a entrar na hemodiálise. Três vezes por semana precisava da ajuda da máquina para continuar vivo.
Decidiu pelo transplante. Então, pesquisou e descobriu o trabalho da Fundação Pró-Rim, em Joinville e a rapidez com que os transplantes eram realizados. Com os exames prontos, faltava apenas a definição sobre quem doaria o tão esperado rim. A mãe, as duas irmãs e a esposa se prontificaram. Num primeiro momento, Telmo ficou preocupado quando a compatibilidade apontou a mãe como sendo a doadora mais indicada. “Como era a mais velha, temi pela saúde dela”, explicou.
Mas, a equipe logo o tranqüilizou. Afinal, a mãe, apesar da idade, era a mais forte e com condições imbatíveis de compatibilidade. “Rezei para que eu fosse escolhida. Fiquei feliz com a confirmação. Assim, sinto-me mais perto ainda do meu filho”, diz emocionada, Lurdes, a mãe de 64 anos.
Em quatro de julho de 2014, poucos meses depois de entrar na lista de espera, ocorreu o tão esperado transplante, realizado com sucesso absoluto pela equipe da Fundação Pró-Rim. A partir deste momento, mãe e filho se aproximaram ainda mais. Para Lurdes Artifon, doar o rim ao filho foi como dar a luz outra vez ao Telmo, menino alegre, estudioso, obediente e carinhoso, que sempre se preocupou com ela.
Neste domingo, no primeiro Dia das Mães depois do transplante, o almoço em família vai ficar por conta da Lurdes. Ela vai preparar capeletti, o prato preferido do Telmo. Mas, sem dúvida que a atração principal, além da mesa, será a emoção no abraço entre mãe e filho.