
Meu filho, o doutor Marcos Vieira, nefrologista da Fundação Pró-Rim, chamou-me a atenção para as nossas novas máquinas de hemodiálise que possuem alarmes que tocam músicas clássicas. Hoje, músicas escolhidas em chamadas de telefones celulares são comuns, mas em hospitais estamos acostumados ao som de alarmes que médicos e enfermeiros pulam das cadeiras com certa apreensão para atender os pacientes.
O mundo da tecnologia veio para facilitar e melhorar a vida das pessoas. Lembro-me da primeira máquina de hemodiálise com que trabalhei. Era um grande tanque de aço inox (imagem ao lado) onde colocávamos sais e água criando uma solução para dialisar o sangue dos pacientes através de uma membrana de celofane. Não havia alarme algum. A água não era purificada, apenas filtrada com velas de microporos e carvão ativado. A utilizada hoje sofre um processo chamado de osmose reversa e se torna puríssima.
A primeira máquina de hemodiálise utilizada em Joinville era um misto de muitos dispositivos mecânicos e poucos eletrônicos. Através dos anos, porém, os primitivos “rins artificiais” foram sendo substituídos por máquinas com enorme segurança cada vez mais sofisticadas tornando o tratamento mais eficaz, evitando assim, complicações que aumentavam os riscos de morte. Posso dizer que começamos há quase 40 anos utilizando verdadeiros “fuscas” e hoje trabalhamos dirigindo um carro sofisticado de alta tecnologia.
O alarme musical é apenas um detalhe. O importante é que na Fundação Pró-Rim são realizadas mais de 130 mil hemodiálises por ano com equipamentos idênticos aos utilizados nas grandes capitais do mundo. A sobrevida dos pacientes é de 90%, altíssima, considerando a gravidade da insuficiência renal crônica.
Viva à tecnologia que salva vidas.
Por: Dr. José Aluísio Vieira – Fundador da Fundação Pró-Rim – Médico Nefrologista CRM/SC 1.423