
Pacientes com disfunção renal que realizam diálise necessitam de uma restrição de líquidos na dieta. “Quanto menos urina, menos líquido o paciente pode beber. A sobrecarga de líquidos pode ser perigosa, causando aumento da pressão arterial, inchaço e edema agudo de pulmão, que pode ser fatal”, afirma a nutricionista da Fundação Pró-Rim, Fabiana Baggio Nerbass.
A especialista afirma que a restrição depende do quanto o paciente urina e da tolerância individual em relação ao ganho de peso “líquido”, que é a quantidade acumulada entre uma sessão e outra de diálise. “Porém, esta recomendação deve ser individualizada”, explica.
Segundo Fabiana, a orientação para saciar a sede é ingerir pouca quantidade de água e sempre gelada, evitar bebidas açucaradas e sugar pedrinhas de gelo. Além disso, a especialista alerta que a sede é consequência direta da concentração de sódio no sangue. “Assim, os pacientes devem ser incentivados e diminuir a adição de sal de cozinha aos alimentos e evitar as preparações industrializadas mais ricas em sódio como embutidos, alimentos processados, enlatados, etc”.
A nutricionista alerta que o paciente renal não deve fazer restrições em sua dieta sem antes procurar o seu médico ou nutricionista para avaliação.
Vivendo com a restrição de líquido
João Antonio Alberto da Silva, 23 anos, faz hemodiálise há 6 anos e está na lista de espera do transplante. Segundo ele, existem algumas formas de suportar a sede nos dias de calor, “Quando estou com muita sede, eu utilizo de alguns segredos como tomar água com limão, colocar gelo na boca e até escovar os dentes. Mas eu sei que restrição ao líquido está diretamente relacionada ao sucesso de seu bom tratamento renal por isso aguento ao máximo”, declara. O paciente pode beber até 600ml de água por dia.