
No domingo, dia 12, o trabalho realizado pela equipe da Fundação Pró-Rim foi destaque no Programa Fantástico, da Rede Globo. A matéria abordou a história da paciente renal Silvana de Lima Antunes, de Grão Pará.
A Fundação Pró-Rim sente-se honrada pelo reconhecimento nacional de seu trabalho. Histórias como as de Silvana só são possíveis graças à confiança e a solidariedade da sociedade que contribuem com a Pró-Rim. Parabéns à equipe Pró-Rim, parabéns aos pacientes pela sua força de viver, parabéns à comunidade que torna possível sempre a missão de SALVAR VIDAS!
Leia a transcrição da matéria:
Adolescente leva vida normal após ser levada de parque para fazer transplante Silvana de Lima Antunes sofria de insuficiência renal crônica. Os rins pararam de funcionar e não cumpriam mais a função de filtrar o sangue e eliminar as toxinas do organismo pela urina. Conheça a história de Silvana, de 17 anos. Ela vivia tão doente que não podia nem beber água. Mas agora foi salva por um transplante e quer voltar a viver, voltar a se divertir. Que pedido você faria se tivesse 17anos? Uma viagem? Um namorado? Uma roupa nova? A adolescência de Silvana de Lima Antunes tem uma única obsessão: “saúde, saúde, saúde, saúde”, diz. Não é para menos. O que você faria se até beber água fosse botar a vida em risco? “A pessoa pode reter uma quantidade muito grande de líquido e até mesmo fazer com que se acumule e faça água no pulmão, que é o edema agudo de pulmão. Isso pode trazer risco de vida e a pessoa pode até morrer”, afirma o médico Marcos Alexandre Vieira. Proibida de chegar perto de um copo de água, Silvana enganava a sede na porta da geladeira. “Eu pegava o gelo e botava na boca. Ficava chupando isso aqui. Porque, se você sabe que não pode, é que da vontade de tomar”, lembra. Ela teve insuficiência renal crônica.
Os rins pararam de funcionar e não cumpriam mais a função de filtrar o sangue e eliminar as toxinas do organismo pela urina. “Começava a dar muita dor de cabeça, eu começava a inchar demais, começava a ficar agoniada, começava a vomitar”, relata Silvana. Quando acontece isso, a pessoa precisa fazer hemodiálise, a filtragem artificial do sangue por uma máquina, enquanto espera a doação de um rim na fila do transplante. “Era o transplante e a hemodiálise para ir controlando”, conta o pai da jovem, João Antunes. “Eram três vezes por semana, quatro horas na máquina”, lembra Silvana. Foram sete anos de tratamento e de uma longa e angustiante espera. Ela estava sempre contando com a ideia de receber um novo rim. “Mas não naquele momento ali, não contava que ia ser naquele dia ali, naquele lugar”, diz Silvana. O momento era de diversão, o dia era de sol e o lugar um parque no litoral catarinense.
O Fantástico mostrou: em novembro do ano passado, a Fundação Pró-Rim encontrou Silvana no trenzinho, a resgatou de helicóptero e a levou para Joinvile a tempo de fazer, com sucesso, o transplante que salvou a vida dela. Quase um ano depois, Silvana é outra pessoa. “Agora ela é uma guria livre, pode comer e beber o que ela quiser, mas não de exagero”, comenta o pai da jovem, João Antunes. Nunca mais Silvana precisou faltar aula nenhuma por problemas de saúde. Muito ao contrário, ela é uma ótima aluna na escola de ensino médio que ela frequenta. Quando acabar o último período, ela vai até um campo de futebol próximo para completar um passeio interrompido no ano passado, com muito gosto, mas que agora, finalmente, pode ser retomado.
O helicóptero pousou em Grão-Pará, a cidadezinha onde Silvana mora no sul de Santa Catarina, e nem desligou os motores, seguiu direto para o parque de diversões, no litoral norte do estado, com a passageira ilustre a bordo. Recebida com festa, ela girou, deslizou e voltou ao mesmo trenzinho para terminar a viagem que havia deixado incompleta. Felizmente, histórias como a dela tem se repetido no Brasil. Em dez anos, o número de transplantes de rim no país subiu quase 80%, mas a procura por um rim saudável ainda é grande. Quase 35 mil pessoas estão na lista e aguardam um doador. Que elas tenham a sorte de Silvana e da família dela depende de outra mentalidade ou então de uma outra forma de valorizar a vida que só o sofrimento ensina. “Quando eu morrer, dava tudo para salvar outras vidas. Seria minha alegria salvar outra vida, como salvaram a da minha filha. Eu gostaria de fazer isso”, revela o pai de Silvana, João Antunes.