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A Fundação Pró-Rim foi destaque na reportagem produzida pelo site Viva Melhor Tocantins: Saúde & Bem-Estar. O médico nefrologista Dr. Antonio Amadeu Giannasi e o administrador Jonas José Correa, ambos da unidade de Palmas, no Tocantins, falaram sobre as causas da doença renal e sobre os pacientes em hemodiálise. Confira:
Hábitos alimentares inadequados são as maiores causas de problemas renais crônicos
Rosilda Pereira
Como é depender de uma máquina para viver? Algumas pessoas saudáveis já pensaram, refletiram e se fizeram essa pergunta? Acredito que muitas não, principalmente pelos crescentes números de pessoas com problemas renais crônico terminal (rim que não funciona mais) existentes em todo o país. No Tocantins, 40% das pessoas contraíram a doença devido a problema de hipertensão e 20% em função da diabetes. A informação é do médico nefrologista, Antonio Amadeu Giannasi, responsável técnico da Fundação Pró-Rim, no Hospital Público de Palmas (HGP).
De acordo com o médico, esse número poderia ser menor se as pessoas se conscientizassem sobre a importância da prática de hábitos saudáveis, como evitar o consumo em excesso de sal na alimentação, reduzir a ingestão de carboidrato e praticar exercícios físicos regulamente. “As principais causas de problemas renais são a hipertensão, a diabetes e o sedentarismo. Se tornou uma doença moderna, pois as pessoas se alimentam mal, comem mais fora de casa, comidas prontas, ricas em carboidrato e abusam do sal, desencadeando problemas de hipertensão e diabetes”, alertou.
{{imagem:tocantins}}O especialista informou que os tratamentos para o problema renal crônico consistem em hemodiálise, diálise e transplante. Atualmente, ele atende 75 pacientes por dia, que estão em tratamento no Hospital. Ao todo são 165 que fazem hemodiálise. Esse procedimento, que dura em média quatro horas, a pessoa fica ligada a uma máquina, como se fosse um rim artificial, que faz a função do rim, filtrando o líquido e outras substâncias do organismo. No caso da diálise peritoneal, que segundo o médico, pode ser feito em casa diariamente, o tratamento incide em infundir um líquido na cavidade do abdome, também para fazer a função de filtragem das impurezas do organismo. “Nesse procedimento temos nove pessoas no Estado, no caso da hemodiálise, dependendo da prescrição médica, o paciente faz o procedimento três vezes por semana”, informou o administrador da Fundação Pró-Rim, Jonas José Correa.
Já no caso de transplante, o médico informou que têm 60 pacientes com indicação para o procedimento, dos quais 15 estão na lista de espera de um órgão de cadáver (rim de pessoa que já morreu), quatro na lista de doador vivo e os demais estão afastados temporariamente, devido ao estado clínico. “Temos 26 transplantados. No caso de transplante renal de cadáver, a expectativa de vida é de mais dez anos e de rim de pessoa viva é de 14 anos”, afirmou, ressaltando que a média de vida de pacientes em tratamento com a hemodiálise é 14 anos para pessoas com até 40 anos. Acima dessa idade até os 70 anos, o tempo reduz para oito anos. E pacientes que fazem a diálise, a expectativa de vida é de cinco anos.
Depois de passar dois anos sofrendo, fazendo hemodiálise, o servidor público, Alexandre Fabiano da Silva, atualmente com 33 anos, recebeu um rim de doador há dez anos. “É outra realidade, levo uma vida normal, faço todas minhas atividades, menos praticar esporte que causa impacto”, revelou.
O servidor disse que diagnosticou o problema aos 19 anos, após ser internado desmaiado com a pressão arterial medindo 29 graus. Ele conta que levava a vida normalmente, saudável e não sentia nada até saber do envolvimento de seu irmão em uma briga, que o deixou ferido. “Levei um susto muito grande, uma dor de cabeça e já acordei no hospital com o rim paralisado, acredito que foi a partir dali que o problema tenha começado”, deduziu, detalhando o sofrimento antes do transplante. “Era horrível, doente, dependente de tudo, hoje só felicidade”, comemora.