Vinicius Eduardo Alves Pereira, 19 anos, trabalhava de motoboy, em Joinville (SC) para ajudar nas despesas da casa. Na noite de 4 de abril, deste ano, o pai, Jorge Pereira, estava hospitalizado pelo agravamento da Covid-19, o que acelerou a perda da função renal. Jorge conta que o filho acabou dormindo em cima da moto e bateu em um poste, quando voltava para casa, em Joinville. Agora Vinicius não anda, não fala e respira com dificuldade.
O acidente
“O acidente aconteceu na mesma época em que fiquei em coma por conta da covid e que agravou o meu quadro de insuficiência renal”, relata. Desde então, o ex-motorista faz hemodiálise na Fundação Pró-Rim, três dias por semana. Nesses períodos, a mãe é quem cuida do filho, dando toda a atenção necessária. Em outros dias as tarefas são divididas também com os irmãos, que dão banho no rapaz, entre outros procedimentos que necessitam de esforço físico e que o pai não pode mais fazer.
“Poderia ser pior”
“Eu levo ele para as consultas e tratamentos e muitas vezes preparo a sua comida. Os médicos não têm qualquer previsão de recuperação. É um dia de cada vez”, entende Jorge. “Agora ele vai ter que fazer uma cirurgia para voltar a respirar pelo nariz e tentar novamente falar e aos poucos, reaprender a andar”, acredita o pai. E acrescenta: “Eu boto fé na evolução da melhora do Vinicius. Pela violência do acidente acho que ele poderia ter ficado pior do que está”.
Aprendizado
Jorge, resignado, compara esta fase de dificuldades da vida familiar como um grande aprendizado. “Hoje eu vejo que a gente pode ajudar outras pessoas, sempre. Não é porque é filho. Pode até ser desconhecido. É gratificante ver a evolução de quem precisa de cuidados. Não é fácil, mas quem ajuda, também aprende muita coisa. É uma sensação indescritível fazer a diferença na vida de alguém que tanto precisa”, diz, emocionado.
Leo Saballa — Comunicação Pró-Rim