
Durante a programação do Outubro Rosa do Instituto Pró-Rim de Educação e Pesquisa em Saúde foi realizado um bate papo entre duas pacientes de câncer de mama, alunos e profissionais. Foram quase 2 horas onde Grazieli Kretgchemer de apenas 26 anos contou sua história junto a Eva Russ que teve seu câncer curado e como “presente” e contrariando todas as estatísticas engravidou após 5 anos da cura.
Com apenas 25 anos Grazi teve a notícia que estava com câncer de mama avançado, hoje faz tratamento há quase um ano e sua maior satisfação é levar informação para que outras pessoas não precisem passar por tudo que ela tem passado.
Natural do Rio Grande do Sul, Grazieli Kretgchemer já sentia há algum tempo dores na região da mama quando chegou a Joinville com seu marido. Foi durante um atendimento a uma cliente que percebeu que o que teria poderia ser um câncer. “Ao notar uma cicatriz diferente na minha cliente, perguntei o que era e ela me contou que já havia tido câncer de mama. Foi quando questionei sobre os sintomas e percebi que eram muito parecidos com o que eu tinha”, conta Grazi.
No dia seguinte ela foi ao médico e infelizmente seu diagnóstico estava correto. “Foi um choque, porém tive que enfrentar. Nessa época minha filha já tinha 3 anos, sempre fui muito transparente com ela e meu marido, eles me dão muito apoio e sabem que a chance de curar meu câncer é mínima, pois tive metástase e hoje meu câncer está no cérebro”.
Apesar do diagnóstico e da pouca chance de cura, Grazi viaja sempre para dar palestras sobre o tema, não tem problema nenhum em responder todos os tipos de questionamentos alem disso, leva muita otimismo e alegria por onde passa. Nas redes sociais tem quase 6 mil seguidores e explica: “nem todos que me seguem são pacientes de câncer, alguns querem apenas uma mensagem de otimismo e essa é sem dúvidas uma satisfação. Eu amo viver e enquanto estiver aqui vou levar palavras boas aos demais.”
Diferente de Grazi que tinha histórico familiar de câncer, Eva Russ, de 36 anos estava totalmente do considerado grupo de risco, porém não escapou da doença. Há oito anos foi diagnosticada com câncer de mama, fez mastectomia e após 7 meses de tratamento foi curada. “No começo tudo é muito diferente, precisei me acostumar com o mal estar do tratamento, constantemente me perguntava o que seria da minha filha mais velha caso eu faltasse, essas coisas. Mas com o tempo percebi que o câncer pode vir pra matar seus sonhos ou para refazê-los e assim foi comigo. Passei a dar mais valor aos pequenos momentos da vida, à família, amigos e fui superando”, conta Eva.
Cinco anos após a cura do câncer recebeu a notícia que estava grávida, “fui correndo ao médico, estava apavorada, pois normalmente após o tratamento de câncer as mulheres ficam inférteis, mas eu fui muito bem presenteada. Minha filha nasceu perfeita, hoje tem quase 2 anos e é a alegria da casa”.
Essas duas histórias levaram ainda mais informações aos alunos que durante o bate papo aproveitaram para tirar dúvidas sobre o tratamento, cotidiano e o pós tratamento dessas duas vencedoras.