
A Fundação Pró-Rim acaba de comprar 87 máquinas de hemodiálise. É um grande esforço de renovar os numerosos equipamentos necessários para realizar as 130 mil hemodiálises anuais que salvam muitas vidas.
Mas, esses modernos equipamentos que realizam o tratamento com toda segurança e comodidade nem sempre foram assim.
Comparo com “as “Mercedes”, ‘Ferraris” ou “BMWs” que temos hoje e são muito diferentes daquelas máquinas pioneiras. Como se fosse um precário fusquinha que salvava vidas, mas sem alarmes e sem recursos para que pudéssemos oferecer um tratamento de qualidade e com a segurança que necessitávamos.
No começo, eram tanques de aço inoxidável onde misturávamos vários sais, com água, em proporções idênticas aos que existem na corrente circulatória. O sangue dos pacientes era exposto a esse líquido através de um equipamento complementar chamado de dialisador.
Quando criamos a UTI e a unidade de hemodiálise no Hospital Municipal São José de Joinville – as primeiras de Santa Catarina – os equipamentos já haviam sofrido uma melhora considerável. Já existiam alguns meios eletrônicos e mecânicos para ajudar na segurança dos pacientes enquanto realizavam o tratamento.
{{imagem:maquinas}}Registre-se que a primeira e única máquina do Estado de Santa Catarina, nos idos de 1974, foi um presente de um paciente. Henry Simenoux, de New Orleans (Louisiana/EUA), era um milionário que necessitou de hemodiálise e se submeteu a um transplante renal enquanto eu estudava nefrologia nos Estados Unidos. Ao voltar ao Brasil, recebi a máquina de presente, que foi instalada gratuitamente no Hospital São José por muitos anos, antes mesmo da criação da Fundação Pró-Rim.
Outras máquinas cada vez mais modernas sucederam a nossa pioneira. Importante dizer que desde os primeiros passos até hoje é prioridade na Pró-Rim a qualidade do tratamento, o que se traduz na sobrevida dos pacientes de 92%/ano, muito melhor que a média nacional ou mesmo de países desenvolvidos como o Japão e Estados Unidos.
A história da hemodiálise é o retrato da evolução tecnológica da medicina. É o meio artificial mais eficaz para salvar vidas. Olhando o futuro, posso dizer que há muito a evoluir para que as máquinas de hemodiálise portáteis e com células biológicas acopladas possam filtrar ainda melhor o sangue das pessoas e se aproximar cada vez mais do rim humano.
Por: Dr. José Aluísio Vieira – Fundador da Fundação Pró-Rim – Médico Nefrologista CRM/SC 1.423