
Marlon José da Rocha, 20 anos, é um rapaz inteligente e dedicado aos estudos. Sempre foi assim, desde criança, atesta a mãe, Ilza. Ele é o mais novo de três irmãos. Estuda Direito e a formatura está agendada para 2017. Mora em Palmas (TO) e com 18 anos foi aprovado em concurso público para um cargo no Governo do Estado.
Como todo jovem dessa idade, sonha, faz planos para o futuro e diverte-se com os amigos. A vida parecia seguir o caminho seguro das realizações e descobertas. Porém, um acontecimento inesperado mudou a sua rotina. No começo de 2015 sentiu-se mal e foi levado às pressas para o Hospital Geral de Palmas quando os médicos diagnosticaram a perda das funções renais. Ficou por 20 dias internado na UTI, submetido a um rigoroso tratamento de hemodiálise.
Quando recobrou a consciência custou a entender a gravidade do seu estado de saúde. Sentiu profunda tristeza quando soube que teria de limitar a ingestão de líquidos, restringir a alimentação e deixar de viajar. Mais do que isso, teria de exercer mudança radical nos seus hábitos a começar pela dependência da máquina de hemodiálise. A primeira reação foi um sentimento de frustração, perda e percepção que a vida nunca mais seria a mesma e poderia se tornar cada vez mais difícil.
A partir daí, entrou em cena a figura da mãe, uma mulher determinada a lutar incondicionalmente pela vida e pela estabilidade emocional do filho. Ela se impôs e o fez ver que a vontade de viver supera qualquer obstáculo. Ilza e Marlon foram orientados pela equipe médica de Palmas, que o transplante seria o melhor caminho para melhorar a qualidade de vida do futuro advogado. Imediatamente, sem titubear, a mãe se propôs a doar um rim para o filho.
O primeiro passo já foi cumprido em março último, com a conclusão de todos os exames de compatibilidade, em Joinville (SC), ambulatório de transplante renal da Fundação Pró-Rim, onde já foram realizados mais de 1400 transplantes. Os resultados dos exames foram os melhores possíveis. Nas próximas semanas, mãe e filho vão se transferir para Joinville por pelo menos 90 dias, período que inclui a preparação e o pós-transplante. Diante de todos estes acontecimentos, a família vai comemorar o Dia das Mães em clima de muita expectativa, alegria, esperança e fé.
Para Ilza, a doação do seu rim é uma oportunidade de conceder novamente a vida ao filho mais novo. “Sei que a hemodiálise é um tratamento imprescindível para manter o meu filho vivo, mas o transplante vai lhe dar mais qualidade de vida. Não vejo a hora de vê-lo retornar à sua normalidade”, emociona-se.
Marlon, que está afastado do trabalho para tratamento de saúde também tem a mesma confiança e se manifesta sobre a mãe: “Para mim, o Dia das Mães deveria ser todo dia. A minha sempre foi super atenciosa comigo. Depois que eu fiquei doente, então, ela se tornou a minha cuidadora, o meu anjo da guarda de todos os momentos. Sinto-me protegido com ela por perto. Agora, o gesto generoso de doar um rim para mim é o exemplo mais verdadeiro do amor incondicional que ela sente por mim”.
Marlon faz questão de destacar o empenho e o carinho que cada funcionário da Fundação Pró-Rim dispensa aos pacientes renais. “A Pró-Rim representa a salvação da minha vida. Sei que a saúde no Brasil passa por sérias dificuldades, mas a Pró-Rim supera todas as dificuldades e continua prestando tratamento com alta qualidade e humanização aos seus pacientes”.
Planos para o futuro? Claro que sim, principalmente para a sua formação profissional e, acima de tudo manter a disciplina nos cuidados com a sua saúde e fazer tudo o que o médico mandar. Como advogado, Marlon pretende dar atenção às necessidades dos pacientes renais.
“Sei muito bem das nossas dificuldades e quero de alguma forma minimizar o sofrimento de quem passa por isso”, diz Marlon emocionado, sentindo-se mais forte em razão de tudo o que aconteceu na sua vida nos últimos meses.