Vitoria é cadeirante, tem vários problemas de saúde e faz tratamento renal. O carinho da mãe e da equipe da Pró-Rim fazem toda a diferença no seu dia a dia.
Aos oito meses de gravidez Maria G. Vittencourt descobriu que o bebê tinha algo diferente. Naquele momento, os médicos ficaram preocupados e fizeram uma ressonância magnética. Foi então que descobriram a mielomeningocele – uma malformação congênita da coluna vertebral do feto – e a hidrocefalia. Uma cesária de emergência foi realizada e a pequena Vitoria Vittencourt foi direto para a UTI.
O tempo foi passando e os próprios médicos diziam que a tendência era piorar e que Vitória, com tantos problemas, não iria sobreviver. Mas como amor de mãe não tem limites, dona Maria não desistiu.
“Na época eu dizia: eu sou mãe, não vou deixar a morte chegar, deixar ela numa cama. Eu vou fazer alguma coisa. Foi então que uma vizinha indicou um hospital em Florianópolis (SC) para tratamento da saúde dela”, recorda Maria.
Ela seguia com acompanhamentos e algo já era certo: Vitoria, mais cedo ou mais tarde, precisaria de um tratamento renal mais intenso. E Maria até tentou trabalhar fora por alguns anos, mas em 2020 decidiu dedicar-se exclusivamente à filha. E foi em fevereiro de 2022 que precisou partir para a diálise. Iniciou com a diálise peritoneal, mas logo precisou aderir à hemodiálise.
Desde o início desse tratamento, foi assistida pela equipe da Fundação Pró-Rim de Balneário Camboriú (SC). Maria e Vitoria, hoje com 16 anos, se deslocam três vezes por semana de Ilhota para o município do tratamento.
“É uma rotina cansativa. Mas vale a pena. A Vitória está se recuperando, seus exames estão muito bons. É claro que não queríamos que ela estivesse aqui, mas a gente não pode fazer nada. E o atendimento aqui é maravilhoso! Enquanto eu puder, vou fazer de tudo pela minha filha”, conta a mãe.
Segundo Maria, já faz algum tempo que Vitória não precisa de internação. Mas a esperança mesmo é o transplante de rim, para que a adolescente tenha mais qualidade de vida.
Dia a dia de Vitória
Com vários problemas de saúde, hoje Vitoria vive em cadeira de rodas, pois não tem os movimentos da cintura para baixo. Ela tem os dois rins, mas um deles com malformação, parou de funcionar. Além disso, a mãe precisa fazer um cateterismo na filha a cada três horas.
“Ela (Vitoria) tem uma bexiga neurogênica, ela não elimina toda a urina. Então essa urina volta para o rim, que sobrecarrega. Eu faço o cateterismo, passo a sonda de 3 em 3 horas para ela aliviar”, explica.
Carinho e cuidado
Vitoria Vittencourt não reclama da sua rotina. Para ela, ter pessoas tão especiais ao seu lado deixa seus dias mais leves. “Eu gosto muito do atendimento aqui, gosto muito da Cris (Crislei Daiane Fernandes Amaral, enfermeira assistencial de Balneário Camboriú). Ela parece que é uma mãe para mim”, fala, emocionada e adolescente.
A garota conta que em seu aniversário a equipe da Pró-Rim também fez uma festa para ela e nos dias em que não está muito bem, não deixam ela sair da clínica sem a certeza de que ela esteja segura para voltar à sua residência.
“E a minha mãe mesmo, é tudo para mim. Ela é maravilhosa, está sempre do meu lado. Tudo o que eu peço para ela, sempre me dá”, afirma.
Maria se emociona com a declaração da filha. E só reclama que, na sociedade, nem sempre os direitos da filha são respeitados, especialmente por sua filha ser cadeirante. Mas afirma que jamais desistirá de lutar por ela.
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Josi Tromm Geisler — Comunicação Pró-Rim