
Leia o artigo da paulista Fernanda Massaro, 29 anos, que fez seu transplante renal no último dia 9 de junho. Hoje, ela está se recuperando da cirurgia no Hospital Municipal São José e fez questão de escrever sobre essa experiência inesquecível em sua vida. Confira:
Eu levava uma vida normal até que, em 2006, comecei a sentir fraqueza e desânimo. Numa consulta ao médico, descobri que estava com o nível de creatinina muito alto, o que indicava problemas renais.
Não sabia nada sobre hemodiálise, foi um choque muito grande. Mas desde o instante em que descobri a doença, quis fazer o transplante. Naquele mesmo ano, recebi o rim do meu pai, que funcionou bem até 2009.
Após uma pneumonia forte, perdi novamente a função renal e retornei à hemodiálise. E o sonho de fazer um novo transplante foi ficando cada vez mais forte. Sempre tive o apoio da minha família, meu marido dizia que o transplante era nossa prioridade.
Também me senti muito encorajada neste tempo pelas experiências e conversas que tive com outros pacientes através de uma comunidade no Orkut chamada Renais Otimistas. Sei que foi esse otimismo que nunca me deixou desistir e foi por acreditar que encontrei, pela Internet, a Fundação Pró-Rim. Busquei mais informações sobre ela e sobre os transplantes no Sul. Quando soube que a lista de espera pelo transplante era menor em Santa Catarina, logo me interessei em vir pra cá. Fui muito bem atendida desde o começo até o atual momento.
Fiz o cadastro em lista e consegui enviar para a equipe por email ou fax alguns exames que faltavam. No dia 12 de maio de 2011, recebi uma carta da Secretaria de Saúde de Santa Catarina informando que eu havia me transferido para a lista do estado. Aí, a minha felicidade foi completa. Comecei a contagem regressiva.
O tão esperado telefonema
Sempre que pedia a Deus uma luz, vinha na minha cabeça: “algo certo será em junho, acalme-se que o sofrimento está acabando!”. Dito e feito: 28 dias após entrar em lista, fui chamada para o transplante.
Às 14h30 do dia 8 de junho, o querido Dr. Franco me ligou querendo saber como eu estava de saúde e perguntou se conseguiria vir para Joinville naquele mesmo dia. Desliguei o telefone, choramos juntos aqui em casa e já saímos correndo para comprar as passagens. Muitos amigos se mobilizaram e compraram pra mim, enquanto terminava de arrumar a mala.
Às 16h já estava no aeroporto, à espera do voo, que saiu às 17h47. Às 19h36, eu estava dentro do quarto do Hospital Municipal São José, onde foi realizada a cirurgia. Recebi as orientações médicas e da enfermagem e fui preparada para o transplante, que ocorreu na manhã da quinta-feira, dia 9 de junho.
Alguns dias após o transplante, já consigo fazer várias coisas sozinhas novamente e tudo foi um sucesso. Estou me recuperando muito bem, segundo disse a Drª Alexandra, que é um anjinho doce.
Toda a equipe é muito atenciosa comigo: comida, quarto, tudo ótimo. O carinho que tenho recebido pela internet é uma injeção de ânimo que recebo toda vez que leio os comentários. Muito obrigada a todos! Estou muito feliz e agradecida à toda equipe do Hospital São José, à Pró-Rim, à minha família, amigos, ao meu doador (a) – que teve esse último gesto de amor – e, principalmente, a Deus.
Com minha história, quero deixar uma mensagem a todos os pacientes. Sejamos Renais Otimistas sempre! Que esse otimismo continue sendo o combustível para nossa batalha. Quanto maior a nossa força, mais verdadeira a nossa vitória!
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