Segundo dados divulgados pela Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR), há cerca de 65 mil pessoas com lúpus no Brasil, sendo a maioria mulheres. A doença inflamatória é a principal causa de internação hospitalar entre as doenças reumáticas.
Lúpus Erimatoso Sistêmico, como é conhecido entre os profissionais da saúde, ou simplesmente Lúpus, é uma doença inflamatória de origem autoimune que causa variadas manifestações e sua evolução que pode alterar de um paciente para o outro. Dr. Franco Krüger, nefrologista da Fundação Pró-Rim completa ainda que “o lúpus pode ocorrer em pessoas de qualquer idade, raça, sexo, mas apresenta uma incidência maior nas mulheres, principalmente entre os 15 e 45 anos. Já nos homens, a doença está relacionada diretamente aos rins”.
É uma doença do sistema imunológico, com sintomas diferentes em cada local do corpo. Os mais comuns são: febre, perda de peso, fraqueza, manchas avermelhadas na pele, queda de cabelo, dores nas articulações, alterações pulmonares, convulsões, anemia e até, alterações de humor. Além disso, a doença pode acometer somente a pele, principalmente as regiões que estão mais expostas ao sol, mas também pode atingir um ou mais órgãos internos. É o caso dos rins.
Aproximadamente 35% dos adultos com lúpus possuem algum comprometimento renal no momento do diagnóstico, como nefrite lúpica em 50% dos pacientes nos primeiros 10 anos da doença. Dr. Krüger explica que “o lúpus afeta os rins devido ao desequilíbrio na produção de anticorpos responsáveis pela proteína do próprio organismo e causam a inflamação do tecido renal, levando à fibrose e interrupção de seu funcionamento. As manifestações mais comuns são inchaço nas pernas, urina espumosa, pressão alta e diminuição da quantidade de urina”.
Mas como podemos saber? O nefrologista afirma que o diagnóstico é feito em duas etapas: pela percepção dos sintomas e nas alterações identificadas em exames específicos. “Outros exames, como os anticorpos anti-Sm e anti-DNA são mais específicos, mas detectam a doença em apenas 50% das pessoas”, completa.
Além das medicações, do acompanhamento médico e de todo o tratamento adequado, o médico alerta que, o paciente deve cuidar muito bem de outros fatores, como a alimentação, evitar gorduras, bebida alcoólica e tabagismo, fazer repouso adequado, evitar estresse, praticar exercícios regularmente, além de usar filtro solar e ter atenção rigorosa com medidas especiais de higiene, devido ao risco de infecções.
“Quando o uso de medicamentos é feito corretamente, os exames periódicos e o acompanhamento médico, a doença pode ser controlada, gerando assim uma melhor qualidade de vida aos pacientes com lúpus”, finaliza o nefrologista.
Setor de Comunicação
Atualizado em 14/09/2020