O Estado de Santa de Catarina passou a ser referência no Brasil, ao criar a Política de Atenção ao Cuidado do Doente Renal Crônico. O anúncio aconteceu no sábado, 20 de novembro, durante evento em Balneário Camboriú, junto aos representantes dos Centros de Alta Complexidade em Nefrologia.
O evento tornou-se importante na história da nefrologia catarinense, também pela criação de uma Câmara Técnica da Nefrologia, junto à AHESC (Associação de Hospitais do Estado de SC) e a criação e eleição da Diretoria da Associação dos Centros de Alta Complexidade Renal. A união dos Centros de Terapia Renal durante a pandemia foi importante para a representatividade e alinhamento das necessidades enfrentadas pelas instituições. Esta união estimulou o desenvolvimento de propostas que contaram com apoio da Secretaria Estadual da Saúde, representada pelo Secretário Dr. André Motta e a equipe técnica.
Sustentabilidade
O presidente da Fundação Pró-Rim e da Associação Brasileira dos Centros de Diálise e transplante, Dr. Marcos Alexandre Vieira, manifestou a satisfação da Pró-Rim em participar deste momento da criação do plano estadual de apoio à nefrologia, que vai beneficiar sobremaneira aos pacientes renais, principalmente aqueles que estão em estágio mais avançado em relação à doença.
“Essa ação do governo estadual busca a sustentabilidade do setor, tanto do ponto de vista de consultas ambulatoriais, como também dos pacientes em diálise ou transplantados. Além disso, é o momento de celebrar a criação da nova associação que representa as clinicas de diálise em todo o Estado. Afinal, o associativismo é extremamente importante no alinhamento de condutas que resultam no melhor tratamento para o paciente renal e também na busca de sustentabilidade e inovação para o setor. Também quero agradecer a todos que estão se dedicando a este momento importante, em especial ao Leandro Lorga, que trabalha conosco e faz parte da direção da Associação, ” conclui o Dr. Marcos Vieira.
Atendimento
Segundo o diretor executivo da recém-criada Associação dos Centros de Alta Complexidade Renal, Leandro Zenni Lorga, controller da Fundação Pró-Rim, “desde o início de novembro deste ano, o Governo do Estado também assumiu a gestão das instituições focadas na Terapia Renal Substitutiva (TRS), como parte de uma proposta de incremento estadual na linha de cuidado da pessoa com doença renal crônica”. Na prática, ele explica: “foi criado um ambiente de cooperação técnica entre o poder público, os serviços renais e pacientes, em prol de uma saúde renal de segurança e de qualidade. A decisão de trazer a gestão para o Estado foi pactuada no dia 24 de agosto deste ano na CIB, que é a Comissão Intergestores Bipartite”, descreve Lorga.
Investimento
Ao todo, o Estado investirá cerca de R$ 3,9 milhões ao mês nas clinicas, mediante a produção. O valor total atinge pouco mais de R$ 46 milhões de incremento. A regulação dos estabelecimentos de Terapia Renal Substitutiva em sete macrorregionais são agora, de responsabilidade do Estado: duas instituições na Foz do Rio Itajaí, três na Grande Florianópolis, três no Grande Oeste, seis no Meio Oeste e Serra Catarinense, sete no Planalto Norte e Nordeste, cinco no Sul e quatro no Vale do Itajaí.
Objetivos
O secretário da Saúde de Santa Catarina André Motta Ribeiro destacou que “os nossos objetivos são claros e batem na tecla do que o Governo Moisés e a Secretaria da Saúde vem falando desde o início deste ano, com os desafios pós-pandemia: ampliar ofertas, implementar recursos tecnológicos adequados para o acompanhamento e suporte de pacientes, realizar diagnósticos precoces, ampliar e regionalizar o acesso em toda a linha de cuidado“.
Desafio
A TRS – terapia renal substitutiva, como apontado na deliberação da CIB, corresponde a mais de 5% das despesas do SUS com atenção à saúde de média e alta complexidade. O debate de um reequilíbrio contratual para a Terapia Renal Substitutiva ficou ainda mais em evidência com a pandemia, pelo aumento exponencial dos preços e dificuldades das gestões municipais no fornecimento. Reconhecendo isso, acrescenta o secretário, “o Estado tomou para si o desafio e projetou incrementos em hemodiálise, fístula, diálise peritoneal, a partir de então, com a proposta de assumir as gestões municipais e reestruturar os serviços, além de modernizá-los”, concluiu.
Também foi uma grande conquista, reconhecida por todos, a organização dos serviços de acompanhamento do doente renal estágios 4 e 5, o que dá uma oportunidade ao paciente, através de tratamento pré-dialítico, possibilitando maior qualidade no tratamento ofertado e adiando o seu ingresso na TRS. Desta maneira, o grande beneficiado será o paciente renal.
Diretoria da associação:
Tarcísio Steffen – Presidente;
Leandro Zenni Lorga – Diretor Executivo;
Dr. Paulo Sérgio dos Santos – Conselheiro Fiscal;
Dr. Lucas Ferreira Volpato – Conselheiro Fiscal;
Dr. Alfredo José Moreira Maia – Conselheiro Fiscal;
Dr. João Manoel Salim Testa – Suplente de Conselheiro Fiscal.
Composição da mesa:
Dr. André Motta Ribeiro, secretário de Estado da Saúde,
Dr. Osvaldo Merege – presidente da Sociedade Brasileira de Nefrologia
Dra. Denise Rodrigues Simão, presidente da Sociedade Catarinense de Nefrologia,
Dr. Roberto Benvenutti – presidente do Congresso da Sociedade Brasileira de Nefrologia
Dr. Marcos Alexandre Vieira, presidente da ABCDT – Associação Brasileira dos Centros de Diálise e Transplante e presidente da Fundação Pró-Rim
Dr. Daniel Calazans – vice-presidente da Sociedade Brasileira de Nefrologia,
Leonardo Fretta – secretário executivo da AHESC (Associação dos Hospitais do Estado de SC)
Humberto Floriano Mendes – presidente da APAR (Associação dos Pacientes Renais).
Confira mais algumas fotos do evento:
Créditos das imagens: Tiago Jesus e Fundação Pró-Rim
Léo Saballa
Comunicação – Fundação Pró-Rim