
Franciele tem 16 anos, está cursando o último ano do ensino médio e seu hobby é cozinhar. Apesar das características de uma adolescente comum há um ano ela sentiu muito medo de não poder mais fazer essas coisas. “Tudo começou com muito mal estar, ficava cansada fácil, sempre enjoava, vomitava e quando eu pensava que estava passando, começava tudo de novo”, ela conta que descobriu a insuficiência renal após passar mal na casa da tia. “Estava com as minhas primas, comecei a passar muito mal e minha tia me levou para o pronto atendimento, lá constataram que eu estava com anemia profunda e logo depois, viram que meus rins não estavam mais funcionando.” No mesmo dia Fran, como prefere ser chamada, começou a fazer hemodiálise.
No início as idas e vindas ao hospital eram constantes devido às sessões de hemodiálise, até conhecerem a enfermeira Claudete, da Fundação Pró-Rim. “Ela conversou comigo e com os meus pais e explicou sobre a diálise peritoneal, nunca havíamos ouvido falar sobre isso. No início ficamos com receio, mas logo entendemos que seria o melhor para mim”, para Fran, a pior parte era ter que ficar muito tempo no hospital (devido a idade ela fazia o procedimento no Hospital Infantil de Joinville), por isso, a diálise peritoneal foi a melhor alternativa. O pai de Fran, Luiz Vanderlei dos Passos conta que no início foi muito notável a melhor aderência ao tratamento quando iniciou a diálise peritoneal em casa. “Ela ficava mais a vontade fazendo a diálise peritoneal em casa, no início demorava para dormir, hoje, dorme a noite toda tranquila.”
Todos os dias durante a noite, ela passa 10 horas e meia fazendo a diálise, “meu pai monta a máquina e eu apenas me instalo”, comenta ela referindo-se à conexão que faz entre o cateter instalado no abdômen e a máquina de dialisar. Para isso, o pai de Fran recebeu vários treinamentos da equipe clínica da Pró-Rim desde de como manusear a máquina até sobre desinfecção e outros cuidados.“De manhã acordo muito melhor. Hoje eu vejo o quanto posso levar uma vida normal mesmo fazendo diálise. No início achei que era um bicho de sete cabeças, hoje até tiro as dúvidas dos meus colegas, eles sempre me perguntam sobre o tratamento”.
Franciele tem que ter os mesmos cuidados que os demais pacientes, cuidar na alimentação, evitar esforço físico que possa machucar a região abdominal (onde tem o cateter instalado) e evitar ingerir líquidos. Hoje em dia, ela faz uma consulta mensal na Fundação Pró-Rim onde conversa com médicos, enfermeiras, nutricionistas, psicólogas e assistente social.