
Dizem que o sofrimento faz a gente crescer e enxergar a vida de outra forma. Com apenas 27 anos Fernanda Ribeiro segue esse exemplo. Para ela a realidade sobre o significado da vida é outra e isso só aconteceu, segundo ela, depois de descobrir ser portadora de doença renal crônica (DRC) e de passar por vários obstáculos: “Antes da doença eu não dava valor à vida. Hoje eu tenho sede de viver”.
O olhar de Fernanda ao afirmar sua nova vida vem carregado de muita alegria, de um sorriso meigo e de muito brilho. Ela contagia a todos que estão ao seu lado quando fala. Há cinco anos é paciente da Fundação Pró-Rim em Balneário Camboriú, onde dialisa três vezes por semana.
Neste tempo passou pela perda de uma gravidez e por um transplante renal com rejeição. “Foi depois disso que aprendi a encarar as coisas de frente, antes eu só reclamava, tinha saúde, mesmo assim não valorizava nada o que tinha. Precisei passar por tudo isso para perceber o quanto a vida é boa”.
Fernanda descobriu que tinha Insuficiência Renal Crônica (IRC) aos 19 anos. Ela morava em Palhoça (SC), mas acabou voltando para Itapema, onde mora hoje em dia. Descobriu também que era hipertensa. “Começou com uma gripe. Depois meus pés incharam e sentia muito enjoo e dor nas costas. Já na consulta eu descobri a doença”, lembra.
Foram fases difíceis de aceitação, mas a cada dificuldade Fernanda encontrava um novo motivo para perseverar no tratamento. Sua força era tão intensa que passou a contaminar outros pacientes e aos poucos Fernanda passou a ajudar outras pessoas, também pacientes da Pró-Rim.
“É natural. Quando chega algum paciente é como alguém novo na família. Dá vontade de ficar junto e eu me envolvo, me preocupo e quero ajudar, dar carinho, sabe. A pessoa se sente melhor e leva tudo de uma maneira mais leve”, justifica.
Irmãs pela hemodiálise
De tanto dar carinho e atenção Fernanda encontrou reciprocidade e uma grande amiga, Jaqueline, que também é paciente na hemodiálise. Como é filha única Fernanda considera Jaqueline uma irmã, pois a amizade das duas vai além da sala de hemodiálise.
“A gente vem junto para a hemodiálise de Itapema, trabalhamos na temporada, passeamos, não desgrudamos. Somos realmente muito ligadas e considero ela da família, a hemodiálise me deu a irmã que não tive”.
Fernanda divide com Jaqueline o sonho de um novo transplante renal. Ela sabe que precisa se recuperar bem para tentar o tratamento, mas já começa a fazer planos de adotar um filho, voltar a estudar e trabalhar: “Não tenho medo de transplantar e isso está nos meus sonhos. Vou à luta novamente, assim que possível”, finaliza emocionada. Conheça mais sobre esta história de amizade e superação.