
Dia 13 de março foi o Dia Mundial do Rim – mais uma vez tivemos a confirmação e a certeza da importância da divulgação da doença renal e como as pessoas são desinformadas sobre esta epidemia que é a doença renal crônica. Percebemos como a população é carente de informações dessa doença que tem a evolução silenciosa e também lamentamos o descaso das autoridades da área da saúde em levar essas informações à população em geral.
Entregamos mais de 15.000 folders educativos na BR 101, através da parceria com a Autopista Litoral Sul. Na campanha realizada no supermercado Giassi alcançamos 6000 pessoas em um dia através de nossa presença e realizamos mais de 400 atendimentos e 255 exames de Creatinina. Com as palestras para grupos da terceira idade em nossas unidades foram mais de 300 idosos. Além disso, cerca de 35.000 pessoas foram alcançadas pelas ações educativas de prevenção na internet neste Dia Mundial do Rim.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Nefrologia, cerca de 20 milhões de brasileiros possui algum déficit da função renal. Em torno de 100.000 brasileiros já atingiram a fase final da doença e se submetem à hemodiálise e certamente a grande maioria destes pacientes chegou à fase final da doença sem ter sequer conhecimento da sua enfermidade. Já chegaram a esta situação em fase final quando já não resta nada a fazer a não ser colocá-los na máquina.
E aí está o grande desafio. O Estado Brasileiro tem como obrigação nos fornecer saúde e educação e infelizmente não consegue nos dar o mínimo necessário. Arrecada bilhões de impostos, batem recordes de arrecadação todos os meses e o retorno nestes itens é decepcionante.
Na área de educação, o descaso é também notícia. Só no início do ano foram fechadas três escolas de ensino médio em Joinville (SC), as quais são de responsabilidade do governo estadual, entre eles a do grupo escolar Conselheiro Mafra, a 1ª instituição escolar de Santa Catarina. Como pode acontecer isso? Qual foi a reação das autoridades e políticos? Simplesmente o silêncio. Enquanto a nossa população de jovens é a cada dia maior, as escolas tradicionais fechando com a justificativa de centralização e economia.
Em resumo, só com a participação da sociedade poderemos modificar situações como essa. E aí entra o desafio da comunicação e do trabalho de pessoas e instituições que são impulsionadas com o incômodo de que é preciso fazer mais. A Fundação Pró-Rim foi criada por uma indignação nossa de que os pacientes renais mereciam mais. Estamos incomodados porque a saúde e a educação padecem em nosso país. Estamos ainda indignados porque vemos pessoas chegarem até nós doentes pela falta de acesso à informação.
Então, diante dessas necessidades, é hora de destacar e valorizar o engajamento de todos os colaboradores e parceiros da Fundação Pró-Rim que não mediram esforços para levar educação preventiva à população neste mês de março. Que todos possamos continuar levantando essa bandeira e que a nossa revolta pela falta de acesso à saúde e educação nos motive a seguir em frente e a fazer sempre bem a nossa parte. Vale à pena!
Por: Dr. Hercílio Alexandre da Luz Filho – Fundador da Pró Rim – CRM/SC 2.297