Paciente veio para o Brasil em busca do tratamento renal. Com a família longe e não falando nada em português, apesar das dificuldades, ele mantém a esperança de fazer o transplante renal.
O haitiano Welphin Pierre tem 48 anos. É paciente renal crônico e faz hemodiálise. No final de fevereiro deste ano, decidiu viajar para o Brasil em busca do transplante renal e de uma vida melhor, já que o seu País estava mergulhado numa grave crise econômica. Mesmo sendo formado em Educação, não havia emprego para ele no Haiti. Então, veio para Joinville (SC), morar com seu irmão que já está aqui há cinco anos. Deixou a esposa e seus três filhos, duas meninas (13 e 10 anos) e um menino (7 anos).
Seu objetivo era fazer o transplante e depois trazer a família para cá. No entanto, poucas semanas depois da sua chegada, aconteceu a pandemia. Welphin não fala a nossa língua, mas através do seu irmão, que serve de tradutor, agradece a Deus por estar no Brasil e, especialmente a equipe do Centro de Tratamento de Doenças Renais (CTDR) – clínica parceira da Fundação Pró-Rim, justamente neste momento. Segundo ele, no Haiti as pessoas estavam morrendo por falta de diálise. Agora, com o coronavírus piorando tudo, não sabe como seria a sua situação se ainda estivesse lá. “Aqui estou seguro e me sinto muito bem cuidado e feliz”, traduz o irmão.
Dificuldade na comunicação
A grande dificuldade de Welphin é a barreira da língua. Ele fala apenas poucas palavras em português, ensinadas pelo irmão, que não dispõe de muito tempo por conta do horário estendido de trabalho. Então a equipe da clínica que cuida dos pacientes em hemodiálise, se mobilizou para ajudá-lo.
Primeiro, traduziu para o francês as cartilhas de orientação nutricional, para ele aprenda a preparar sua própria comida saudável. Depois, buscou a ajuda do Google Tradutor, em francês, para as palavras mais usadas. Também está sendo estimulado a acompanhar aulas de português. Graças à dedicação da equipe e a vontade do paciente em aprender, o haitiano já consegue se comunicar com palavras curtas, porém importantes para ele como: “bom dia, estou sem dor, sinto-me confortável”.
Setor de Comunicação
23/10/2020