No dia das mães, os dois vão celebrar a vida, mas com cuidados redobrados por conta da pandemia.
“Nasci prematuro, de seis meses e meio. Quando quase todos pensavam que eu não iria sobreviver, a minha mãe enfrentou as dificuldades daquela época com a sua fé incomparável e nunca deixou de acreditar. Eu era tão pequeno e frágil que ela ficava com medo de alguém não me enxergar deitado na cama e, distraidamente, pudesse sentar em cima de mim. Por isso, em um berço improvisado, colocou-me dentro de uma banheira de bebê para eu ficar visível e protegido”.
A narrativa é de Fabrício de Borba, 38 anos, paciente renal, que faz hemodiálise há 19 anos por conta de hipertensão não tratada. Quando perguntado sobre qual o presente que a sua mãe merece ganhar neste domingo, no Dia das Mães, ele fica emocionado, respira fundo, pensa um pouco e fala com segurança: “A sua saúde e a felicidade dos filhos e netos. Tenho certeza que isso é tudo o que ela mais deseja”.
Ajuda mútua
A mãe, Maria Tereza de Borba, que ao longo dos anos acompanhou e viveu diariamente o sofrimento de Fabrício com a doença, também foi diagnosticada com insuficiência renal crônica causada pelo diabetes. Há dois anos teve que iniciar o tratamento de hemodiálise. Por capricho do destino mãe e filho dividem hoje o mesmo ambiente na Fundação Pró-Rim, três vezes por semana. Eles lutam pela manutenção da vida. “Fico mais segura com ele por perto e muito mais tranquila no caso de ele precisar de mim, neste período complicado de Covid”, acredita a mãe.
Dificuldades
Complicações por conta da doença ao longo dos anos, deixaram mãe e filho mais debilitados. Fabrício depende de uma cadeira de rodas para se locomover. A sua mãe perdeu a visão por causa do diabetes. Mesmo contra todas as dificuldades, incluindo a pandemia, segundo Fabrício, o almoço para comemorar o Dia das Mães será uma celebração à vida. Sem conseguir enxergar, mesmo assim, Maria Tereza não vai abrir mão de ser a cozinheira dessa comemoração. “A família toda ajuda no cardápio simples e no preparo, mas o comando vai ser sempre dela”, reforça Fabrício.