“Meu filho chegou para mostrar que posso superar os meus limites”.
Nathalia Bertolino Ulbrich tem 32 anos, é formada em Administração. Nasceu no Rio de Janeiro (RJ) e com apenas sete anos foi diagnosticada com síndrome nefrótica, que é um conjunto de sintomas e sinais, que caracterizam uma doença renal, de evolução crônica, que se identifica principalmente pela perda da capacidade dos rins em reter proteínas filtradas na urina. Aos 23 anos ela perdeu as funções dos rins.
“Depois de um ano na hemodiálise, senti-me muito mal e cheguei a pesar apenas 37 quilos”, recorda. “Então pesquisei na internet e descobri a Fundação Pró-Rim, que é referência nacional”, atesta. Ela lembra que ficou encantada e confiante quando conheceu o trabalho da instituição.
Esperança
Em poucas semanas, mudou-se para Joinville (SC) com os pais, segundo ela, em busca de vida nova com tratamento humanizado e de qualidade. “Estava muito fragilizada, mas a mudança me encheu de esperança”. Nathalia também acreditava que na Pró-Rim o caminho para o transplante seria mais curto. “Após minha mudança para Joinville, tive apoio da equipe multidisciplinar da instituição e comecei a ver o tratamento como forma de sobrevida e não o fim dela”, descreve.
Explica que para chegar até a Fundação fez contato com a assistente social Olinda, pelo Skype: “Ela me orientou sobre os exames que eu deveria enviar para fazer meu tratamento na Pró-Rim. A partir desse momento programei minha mudança e entrei na lista de espera do transplante”, diz emocionada.
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Em junho de 2015, em um supermercado da cidade ela conheceu o Vinicius Ulbrich. O casamento foi em 2020, um sonho realizado. Porém, chegou a imaginar que nunca realizaria o sonho de ser mãe. Mas, em uma consulta a esperança reacendeu e mudou tudo. “O médico disse que após o transplante, ocorrendo tudo bem, engravidar poderia ser uma realidade”, revela. “Foi então que decidi mais do que nunca ir em busca do transplante e realizar o meu sonho de ser mãe. A partir daquele momento a minha vida mudou completamente, ganhou outro sentido”.
Transplante
O transplante foi um sucesso, outro sonho de Nathalia estava sendo realizado em 2017. Ela também esclarece que aguardou dois anos após o transplante, que segundo ela é um período recomendado pelos médicos. “Dado esse tempo sem intercorrências, o médico me liberou para planejar a gravidez. Ainda assim, tive muito medo, pois apesar de estar bem, havia o risco de até perder meu transplante. Mas nunca me faltou fé. Eu sabia que tudo iria dar certo”, relata.
O nascimento de Daniel
Ela tinha razão. Daniel nasceu em 24 de fevereiro deste ano e completou dois meses, segundo Nathalia, cheio de saúde e com a missão de renovar a vida. “Neste Dia das Mães só tenho a agradecer à minha família, à toda equipe da Fundação Pró-Rim, a qual serei eternamente grata pela vida nova que ganhei e à graça divina que recebi”, manifesta. Mas, o que a nova mamãe está sentindo depois de tudo o que passou nos últimos anos?
Felicidade
“Sinto felicidade imensurável por estar realizando o meu maior sonho, gerando uma vida que não consigo descrever com palavras. Ver e sentir aquele ser crescendo e tomando forma mês a mês, em meio à insegurança em que vivemos, é algo tão grandioso que me faz sentir realizada e incondicionalmente feliz. Transcende as minhas melhores expectativas. Meu filho chegou para mostrar que eu posso superar meus limites, realizar sonhos. Ele chegou para mostrar que meu coração pode explodir de amor e alegria, mesmo com muito sono, nas madrugadas frias em que o aconchego nos meus braços para alimentá-lo. O meu filho chegou para me realizar e completar nossa família”.