O termo “paliativo” vem do latim pallium, que significa “cobrir com manto, proteger”. O termo tem ganhado força nos últimos anos na área médica e visa oferecer conforto e estabilização do quadro clínico de pacientes que realizam tratamento de alguma doença — seja ela em estado terminal ou não — para abrandar os sintomas físicos, psíquicos e emocionais que trazem desconforto e sofrimento para o paciente.
Não se trata de um tratamento para a cura da doença, mas sim, para amenizar os sintomas causados por ela e pelo tratamento e pode ser administrado em conjunto com os tratamentos tradicionais da doença, focando especialmente na dor, depressão, ansiedade, pânico, incontinências e desconfortos respiratórios, por exemplo. E com isso, oferecer qualidade de vida e tranquilidade para o paciente durante o tratamento ou nos momentos finais da sua vida.
Na Fundação Pró-Rim, os cuidados paliativos têm ganhado destaque através de palestras, cursos e conversas acerca do tema com equipe multidisciplinar composta por médicos, nutricionistas, psicólogos, assistentes sociais e enfermeiros que procuram trazer o conhecimento do cuidado paliativo para o bem-estar do paciente em tratamento renal. Segundo a enfermeira responsável técnica e especialista em cuidados paliativos Carla Daniela Vitulich, “na Fundação nós trabalhamos com pacientes em cuidados paliativos de final de vida, onde todas as possibilidades curativas já foram realizadas, onde os critérios estabelecidos como doença oncológica, pacientes idosos contraindicados para transplante renal, pacientes acamados, demenciados, incapacitados para o autocuidado, com cardiopatia grave, sem perspectiva de melhora”, afirma.
Participação da família
Nos cuidados paliativos, a participação da família é fundamental na atenção ao paciente junto com a equipe multidisciplinar. Em uma conferência familiar realizada pelo médico, enfermeiro, psicólogo, juntamente com os familiares responsáveis pelo paciente, é apresentada a real situação da doença e suas limitações de forma clara e objetiva. Também apresentamos a assistência que será realizada com o mesmo retirando também suas dúvidas e em conjunto definimos o teto terapêutico, esclarece Carla.
“Nestas reuniões, são promovidas estratégias de cuidados de pacientes e familiares, onde cada profissional atua em sua especialidade, como gestão da doença, fatores emocionais, fatores sociais, cuidado ao final de vida e processo de morrer”, complementa.
Espiritualidade
A fé de cada paciente é levada em consideração nos cuidados paliativos, uma vez que sua religião e crenças fornecem conforto e resiliência durante o tratamento e a perspectiva da finitude. Carla afirma que “o apoio espiritual ao paciente e familiares traz conforto, esperança e melhora a aceitação da morte. Nós, profissionais, promovemos humanização, valorização das crenças e incentivo a atividades religiosas”.
Fenando Rodrigues — Comunicação Pró-Rim