
Participaram quase 400 clínicas do país
Houve um aumento de quase 10% no número estimado de pacientes em diálise no país, saltando de 157.357 em 2023, para 172.585, em 2024. Nos últimos 10 anos, esse número cresceu quase 55%. “O que a gente imagina é que [esse crescimento] está associado ao envelhecimento da população. Quanto maior a idade, maior o risco de ter doença renal crônica; tanto porque o rim vai diminuindo a funcionalidade, como também os pacientes vão ter mais tempo de hipertensão e diabetes, que são as principais causas da Doença Renal Crônica”, afirma Fabiana Baggio Nerbass, pesquisadora da Fundação Pró-Rim e membro da Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN).
A Hemodiálise ainda é a terapia renal mais utilizada, somando quase 88%. A hemodiafiltração (HDF) conta com 7,1% e a diálise peritoneal soma 5,6%. Para Fabiana, questões econômicas e culturais influenciam nestes percentuais, uma vez que muitos centros não oferecem as demais opções ou só ofertam diálise peritoneal quando o paciente não possui acessos adequados (fístula ou cateter) para as demais terapias.

Fabiana Baggio Nerbass é pesquisadora da Pró-Rim e membro da Sociedade Brasileira de Nefrologia
Homens são maioria
Os homens ainda formam maioria no número de pacientes renais atendidos no país. Em 2024, 59% dos pacientes em TRS foram homens. A média tem se mantido a mesma nos últimos anos. A faixa etária principal está entre os 45 e os 64 anos (42%). “A população não é tão idosa no Brasil, mas talvez em breve, a maioria dos pacientes tenha mais de 65 anos, que é o que a gente já tem visto: uma diminuição do percentual das faixas etárias mais jovens e o aumento dos pacientes acima dos 65 anos”, explica Fabiana.
Principais causas de DRC
A diabetes e a hipertensão continuam como as principais causas da Doença Renal Crônica, com 29% cada — um empate inédito. Porém, a falência renal de causa indefinida tem aumentado nos últimos 4 anos. Fabiana explica que essa variação dos dados, com relação às pesquisas anteriores podem ser procedentes da maior adesão de centros de diálise em participar do censo: “Chegou a mais de 40% de participação. Essas estimativas são mais representativas do todo, em relação aos censos anteriores que tiveram uma participação mais baixa”. A prevalência de sorologias positivas para hepatite B e C e HIV tiveram pouca variação entre 2023 e 2024.
Desde 1999 a Sociedade Brasileira de Nefrologia realiza o censo de diálise. Nesta edição, 386 clínicas de todo o país participaram com dados de quase 80 mil pacientes de todas as regiões do país, uma das maiores participações em 10 anos. Com mais centros de diálise participando do censo, mais precisos ficam os dados, contribuindo para a análise da situação no país.
Fernando Rodrigues — Comunicação Pró-Rim