
Dias de alta temperatura, em média na casa dos 30°C, sensação corporal de 40°C e uma sede insaciável. Nosso corpo pede água e obedecemos, ingerindo em média 2 litros ao dia. O que é simples para uns, pode ser difícil para outros. Cerca de 100 mil brasileiros fazem algum tipo de diálise e cerca de 5.500 pacientes são submetidos ao transplante renal todos os anos, segundo a Sociedade Brasileira de Nefrologia.
A médica nefrologista, Céres Felski, da Fundação Pró-Rim, destaca que “os pacientes renais apresentam restrições a ingestão de líquidos porque uma das funções do rim é regular a quantidade de água existente no organismo. “Se o rim não está funcionando direito, esta função está prejudicada e ocorre um acúmulo de líquidos no corpo”.
Dra. Céres explica que, conforme a água vai se acumulando, o paciente começa a ter edema (inchaço) primeiro nos pés e progride para todo o corpo, chegando até mesmo na face. “Mas esta é a consequência mais ‘leve’. O maior problema é a quantidade que se acumula no sangue e que vai congestionando o sistema circulatório, levando a sobrecarga cardíaca (com consequente aumento da pressão arterial), sobrecarga pulmonar (devido ao edema pulmonar), podendo levar a falência respiratória e cardíaca com consequente óbito”, finaliza.
A quantidade de líquido que os pacientes renais devem ingerir precisa ser calculada considerando a sua diurese residual (quanto ele urina em 24 horas) + meio litro por dia.
Para saciar a sede de pacientes renais, a nutricionista Tatiana Stela Krüger indica algumas opções alternativas como “chupar gelo ou colocar algumas gotinhas de limão na água, podem aliviar, ou ainda colocar um pedacinho de gengibre na água também faz o mesmo papel do limão, a torna mais ‘refrescante’, e até mascar chicletes ou balinha de hortelã ou menta”, conta a nutricionista.
Segundo a Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), a doença renal crônica (DRC) é uma das doenças que mais causa mortes no Brasil, ao lado do AVC (acidente vascular cerebral) e do infarto do miocárdio. Ainda de acordo com a SBN, estima-se que cerca de 10% da população adulta tem algum grau de perda de função renal. Qualquer sintoma ou dúvida deve ser consultada com especialista.