
Cassiano Ramos Silveira, 63 anos é diabético há 18 e afirma “não me cuidei direito, porque não tinha consciência do que poderia acontecer. Hoje já passei por cirurgias nos olhos, cardíacas e faço hemodiálise, se tivesse me cuidado mais poderia ter evitado tudo isso”, diz o paciente da Fundação Pró-Rim.
Esse foi o principal objetivo do encontro, levar informações aos pré-diabéticos e aos que já fazem tratamento, afinal é preciso se cuidar todos os dias. O encontro reuniu pacientes, familiares e os especialistas em diabetes: Dr. Luíz Antônio de Araújo e Dra. Julia Appel que são endocrinologistas, a nutricionista Jyana Gomes Morais, os nefrologistas Dra. Marcos Vieira e Dr. Hercilio Alexandre da Luz Filho, o oftalmologista Dr. Mário Nóbrega, o bioquímico e farmacêutico Márcio Franciski e a enfermeira e podóloga Rosangela Maria Zimmermann Schwarz.
Atualmente existem cerca de 27 mil diabéticos em Joinville/SC, destes 40% não sabem da doença, isso porque ela pode permanecer silenciosa por anos, o que acarreta complicações na visão, rins e pernas. “É preciso respeitar a doença e levar a sério o tratamento e prevenção”, diz o médico endocrinologista Luíz Antônio de Araújo.
O oftalmologista alerta que em alguns casos de perca de visão ou cataratas ele mesmo instrui o paciente a fazer exames de glicemia para detectar a diabetes. Já quando os pacientes vão as consultório devido a doença o tratamento é mais delicado e requer paciência. “O ideal é sempre fazer a prevenção e cumprir o tratamento, algumas pessoas vão ao consultório querendo apenas recuperar a visão, mas não se cuidam”, explica o oftalmologista Dr. Mário Nóbrega.
O pé diabético também é uma questão delicada para os pacientes, “muitos perdem a sensibilidade dos pés o que resulta em machucados e inflamações. Outros ficam com a sensibilidade alterada e sentem muitas dores. O segredo é fazer uma avaliação criteriosa nos pés a cada mês. Verificar se existem machucados, presença de micoses e se perceber algo entranho logo ir ao médico”, explica a endocrinologista Dra. Júlia Appel. Atualmente a cada 30 segundos, uma pessoa no mundo perde um membro devido a complicações da diabetes. O mesmo tema foi tratado pela podóloga e enfermeira Rosângela Schwarz que deu algumas dicas aos pacientes, como por exemplo evitar andar descalço, cortas as unhas sempre retas para evitar que encravem.
O médico Nefrologista Dr. Marcos Vieira alertou os pacientes pré-diabéticos sobre a importância de realmente fazer o controle da glicose, “geralmente pessoas que não controlam o diabetes perdem a função renal após aproximadamente 10 anos. Mas existe uma maneira de evitar isso: fazer o controle da glicose e da pressão arterial e manter uma alimentação de acordo com o tratamento passado pelo médico”, explica. Familiares de diabéticos também devem se cuidar, muitas vezes existe a herança genética.
Já sobre a alimentação os principais cuidados é em relação aos alimentos salgados que se transformam em glicose no organismo, o exemplo bem claro é o pão. “A dieta passada pelos médicos deve ser seguida rigorosamente, somente assim o pacientes vai conseguir se conhecer e ao primeiro sinal de hipoglicemia poderá tomar as medidas necessárias”, explica Jyane Morais, nutricionista da Fundação Pró-Rim.
E para encerrar o encontro o paciente, farmacêutico e bioquímico Márcio Franciski contou um pouco sobre a sua experiência. Ele é diabético há 10 anos, desde então sempre se cuidou, hoje em dia leva uma vida normal, pedala, trabalha e principalmente aprendeu a conviver com a diabetes “no início tinha hipoglicemia noturna, acordava suando frio, depois de um tempo fui aprendendo e hoje em dia tenho uma vida normal. Cuido com a alimentação e sempre todo meus medicamentos”, conta. Segundo ele o segredo para conviver com a doença é sempre prezar pela medicação, cumprir uma dieta correta para diabético, fazer atividades físicas e principalmente fazer o controle da glicemia sempre. Márcio também trouxe uma cuca de frutas adaptada para diabéticos que sua mãe aprendeu a fazer.
Pacientes aproveitaram para fazer avaliação dos pés com as podólogas e também testes de glicemia com a equipe da Fundação Pró-Rim.