
“Pois cedo ou tarde toda a espera tem um fim”. Esta frase dá nome ao quadro em tela de 80x55cm (acrílico envernizado) do artista plástico Aderson Carvalho Barros. Segundo ele, a pintura é uma representação da fé de quem espera ansiosamente por um transplante.
Esse tema faz parte da vida do artista desde que perdeu a função renal em 2014. A partir de então ele mergulhou na esperança de receber um rim para continuar vivendo. A espera teve um final feliz. “A fé e a esperança me mantiveram vivo”. Em pouco menos de um ano Aderson foi transplantado.
“No período em que eu aguardava pela cirurgia, vi pessoas tristes, quase sem esperança, mas que queriam muito viver. Isso mexeu comigo e me inspirou a criar esta mensagem visual”, relata. Ele doou o quadro à Fundação Pró-Rim para ser exposto em local visível e estimular os pacientes renais ao exercício da fé e da esperança, “assim como aconteceu comigo”, explica o artista.
Para ele, o transplante é um ato sublime com o envolvimento também de sentimentos verdadeiros como doação, amor, gratidão e generosidade. Aderson é de Palmas (TO), mas mora em Joinville (SC) há dois anos. “A doença mudou muito minha forma de ver a vida, pois antes eu não dava muito importância para coisas simples, como caminhar regularmente e manter alimentação saudável. Hoje me cuido e até faço caminhada”, compara.
Ele garante que melhorou a sua relação com a arte e agora sente muito mais prazer em pintar. “A doença aumentou a minha motivação e me trouxe mais inspiração. Antes eu pintava por interesse comercial. Hoje quero expressar o que sinto. Quando dá vontade de pintar começo e não quero mais parar. Isso me ajuda muito na ocupação do tempo e a controlar a ansiedade, pois cedo ou tarde toda a espera tem um fim”, acredita o artista.