
Gratidão é a palavra que melhor expressa a abertura do 22º Encontro de Pacientes Renais da Pró-Rim, que teve como temática a Primavera. Mais de 650 pessoas assistiram a apresentação “Para quem tem esperança, a primavera sempre chega”. Pacientes da diálise, transplantados e familiares levaram ao palco do pavilhão principal da Expoville, cultura, arte e música que misturados às flores e cores da estação emocionaram a todos que participaram.
Conduzida por Jaqueline Pereira, que é paciente transplantada, a apresentação trouxe por meio da delicadeza da Primavera o amor incondicional. Djonas Dalfovo foi o primeiro a subir ao palco com sua esposa e as duas filhas. A família se constituiu após Djonas fazer o transplante renal. Na sequência teve até renovação de votos e o paciente Leandro de Lara, de Capinzal do Sul, surpreendeu ao aparecer com uma bela rosa e entregar para a esposa Luciane, também transplantada, os dois e conheceram na Pró-Rim.
A amizade assim como o amor também brota nas sessões de hemodiálise, Silvana e Helena de Jaraguá do Sul se conheceram no ambulatório de hemodiálise e hoje fazem tudo juntas. E é da amizade e do amor que nasceu um artista, Marcio Alexandre Wresinski. Ele aprendeu nas oficinas da Fundação a arte da pintura e fez dela sua inspiração mais concreta para expressar a alegria pela vida. Ele já pintou vários quadros, mas estava parado há quatro anos e foi a convite da Fundação Pró-Rim que no palco criou mais uma obra com a temática do encontro do 22º Encontro.
Para fechar os festejos primaveris a paciente Jane Maria dos Santos Lima, que é dançarina, mas que em função de perder a função renal devido ao Lupus parou com a atividade adentrou o pavilhão dançando lindamente. Com graça, ritmo e magia ao som de “Primavera”, música de Tim Maia ela contagiou a todos que juntos cantaram e dançaram com Jane.
Mais políticas públicas para pacientes renais
Após a abertura o Presidente da Fundação, Dr. Hercilio Alexandre da Luz Filho abriu os trabalhos do Encontro parabenizando a equipe da organização do evento. “Trabalho em equipe requer amor e dedicação”, concluiu.
O presidente da Fundação chamou a atenção para a falta de políticas públicas para pacientes renais, segundo ele a diálise está sem reajuste há mais de 10 anos, o que prejudica o tratamento e impede que novos tratamentos sejam incorporados. No Brasil cerca de 100 mil pessoas recebem tratamento, mas esse número poderia ser dobrado se no território nacional mais centros como a Pró-Rim fossem implantados.
Além disso, o médico esclareceu que o Encontro foi projetado para acontecer na Semana Nacional de Doação de Órgãos (22 a 27 de setembro), pois mais de 25 mil pessoas em todo o país aguardam por um rim. Em Santa Catarina a Pró-Rim é responsável por mais da metade dos transplantes renais e está entre oito instituições que mais transplantam no Brasil. Ao todo já foram mais 1300 transplantados pela Fundação.
Por: Celminha Dutka