
Eles são pacientes renais que estão em lista de espera para a realização do tão sonhado transplante. Mais da metade desse grupo (31) são provenientes dos estados do Mato Grosso (MT), Paraná (PR) e Tocantins (TO).
Adir Sauer é um agricultor viúvo, de 52 anos, que veio de Sinop, no Mato Grosso (MT) para Joinville. Entrou na lista de espera em maio deste ano e está na expectativa de ser chamado a qualquer momento para o transplante.
Segundo ele, seria o melhor presente de Natal de toda a sua vida. Pela primeira vez vai passar as festas de fim de ano longe da família. Mas, garante que não está triste. “Depois vou ter muitas outras datas para passar ao lado deles”. Este ano, Adir vai celebrar o Natal junto com outros seis conterrâneos, pacientes da Fundação Pró-Rim, que assim como ele, também esperam pelo transplante.
Um fato deixa Adir esperançoso: na véspera do Natal de 2011 aconteceu um transplante em tempo recorde beneficiando um paciente de São Paulo (SP) que estava a sete anos na lista de espera naquele estado. Insatisfeito com a demora ele se habilitou a fazer o transplante em Joinville, na Fundação Pró-Rim. Apenas 14 horas depois da sua entrada na lista catarinense, o paciente paulista já estava transplantado.
Claro que nem sempre é assim. Em alguns casos o transplante depende da compatibilidade e disponibilidade do órgão. Mas, normalmente a fila anda mais rápido que no restante do país. Todos os procedimentos para o transplante são custeados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Os pacientes que buscam o transplante podem incluir o seu nome em apenas uma lista, em todo o País.
O motivo dessa migração cada vez maior para Joinville, é que o tempo de espera por um rim em Santa Catarina é o mais rápido do Brasil. Outras razões: a melhor captação de órgãos e o maior número de doadores por milhão de habitantes. Em Santa Catarina são 25 e em São Paulo 19,3. Isso significa que o Estado tem mais estrutura em termos de captação e o nível elevado de conscientização da população quanto à doação de órgãos, faz a diferença.