Natural de Conceição do Tocantins, a professora descobriu o problema em 2008, quando começou a sentir falta de ar, cansaço e inchaço pelo corpo. Ela lembra que fez exames na cidade onde vivia e foi encaminhada para Palmas, onde se assustou ao saber que estava praticamente sem os dois rins. “Fiquei com medo, disseram que eu tinha que fazer hemodiálise e até então não sabia como era o tratamento”.
Roneyde teve que se mudar para Gurupi, onde fazia hemodiálise três vezes por semana. “Eu tinha acabado de concluir a faculdade de Pedagogia, não conseguia trabalhar, passava muito mal, fiquei encostada pelo INSS”.
Sonhando com o transplante de rim, a professora se mudou para Joinville em 2011, após descobrir que Santa Catarina era recordista no tempo de espera em lista.
Ela foi sozinha para Joinville, onde também fazia hemodiálise. Em 2016, conseguiu entrar na fila de espera depois de fazer uma série de exames. Apesar do tempo, a fé permanecia constante. Ela lembra que na noite do dia 24 de dezembro de 2017, estava reunida com os pais que viajaram até Santa Catarina para passar o Natal com ela.
Em um momento de oração, a professora pediu o maior presente de Natal da vida. “À meia-noite, fiz uma oração agradecendo pela vida e fiz o pedido. O maior presente que eu poderia ganhar era o transplante de rim”.
No dia 25, ela estava almoçando com a família, quando recebeu uma ligação. Era um médico da Fundação Pró-Rim informando à Roneyde sobre um rim que estava disponível. O órgão tinha sido doado por uma família, em um momento de dor, após a morte cerebral de uma pessoa. “Nós choramos, a minha sobrinha saiu avisando aos vizinhos e todos foram lá para casa. Então nos abraçamos. Pensa numa alegria”.
Às 7h do dia 26 de dezembro de 2017, Roneyde entrou na sala de cirurgia e saiu às 16h com o rim transplantado. Mas ainda não era o fim. “Passei muitas dificuldades porque estava há quase 10 anos fazendo hemodiálise e meu corpo não aceitava o novo rim. Ele não queria funcionar. Passei mais três meses fazendo hemodiálise, fiquei internada, até que tomei um remédio para que o órgão funcionasse e deu certo. Na época, eu chorava muito, tive início de depressão”.
Passadas todas essas dificuldades, ela conseguiu voltar ao estado de origem em novembro desse ano. Feliz, está reunida com a família em Conceição do Tocantins para celebrar a vitória. “Estou cuidando da alimentação, tirando sal, gordura, me cuidando. Foi um renascimento, é uma alegria muito grande”, finalizou.