A data promovida nesta terça-feira (27/09) tem como objetivo enfatizar a importância da doação de órgãos, principalmente para os pacientes que aguardam o transplante. A Pró-Rim é uma das instituições que abraça a campanha e que também realiza os transplantes de rim. A Coordenadora dos Transplantes da Fundação, Dra. Luciane Deboni comenta nesta matéria sobre o cenário atual e explica algumas curiosidades sobre o tema.
Nesta terça-feira, 27 de setembro, é comemorado o Dia Nacional da Doação de Órgãos. É um ato de cidadania, de compaixão e de amor ao próximo. Também é um gesto de altruísmo da família ao permitir que os órgãos de um ente querido possam salvar pelo menos uma vida. Isso em um momento doloroso da perda de um familiar.
A Médica Nefrologista Luciane Deboni, Coordenadora dos Transplantes da Fundação Pró-Rim, falou sobre a importância dessa data, as dificuldades com a pandemia e agora, a retomada quase normal dos transplantes, especialmente dos rins.
Antes da pandemia
Ela lembra que antes da pandemia, a doação de órgãos estava em crescimento de cinco por cento ao ano. “Depois da fase mais aguda da proliferação da Covid-19, os números retornaram aos patamares do período pré-pandemia. Mas, agora, sem aquele percentual de crescimento”, comenta a médica.
Programa vitorioso
A médica detalha que o Brasil é um dos países que mais transplantam no mundo. Segundo ela, cerca de 95% desse programa é custeado pelo Sistema Único de Saúde (SUS), que regula e controla todos os órgãos que são transplantados no país, incluindo a sua captação e distribuição. “Todas as etapas são realizadas de maneira transparente e com rastreabilidade o que garante confiança na equidade do processo. Isso permite que todas as pessoas, independente da condição socioeconômica e racial, tenham a chance de obter um órgão. No caso dos rins, por exemplo, eles são direcionados pela compatibilidade”, explica Deboni.
Coração e fígado
Em relação aos transplantes de coração e fígado, a médica relata que existe uma lista por prioridades, levando em conta a gravidade e a urgência por esta cirurgia, “que é quando o receptor não pode esperar”. A nefrologista da Fundação Pró-Rim enumera os órgãos que podem ser transplantados, por ordem de frequência: “rins, fígado, pulmão, coração, córneas, pâncreas, tecidos, ossos, pele e medula óssea. O transplante de intestino é pouco utilizado, devido à sua complexidade e dificuldade imunológica, mas, também pode ser transplantado”, assegura.
Mas afinal, quem pode ser doador? A nefrologista esclarece: “Quando se fala em doador falecido (quem teve morte encefálica), geralmente por uma injúria cerebral grave, seja por um acidente traumatismo craniano, ou por um evento como um AVC, que leva à morte do cérebro e, consequentemente, em poucos dias ou horas o resto do organismo vai entrar em colapso e falecer. Então nesta situação há o doador com morte encefálica, que geralmente vai estar nas unidades de terapia intensiva”.
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Doadores vivos
Luciane Deboni menciona os doadores vivos, que são parentes, “pois a nossa legislação permite transplantes entre vivos, de parentes até quarto grau, o que significa primos. Ou seja, pai, mãe, filhos, irmãos, tios e primos, podem doar para um parente. Além disso, o cônjuge também pode doar, pois é considerado afetivamente relacionado. Fora essa relação de parentesco, a nossa legislação não permite a doação entre vivos como amigos”, finaliza a médica coordenadora dos transplantes da Fundação Pró-Rim.
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Léo Saballa
Comunicação – Fundação Pró-Rim