
Para se gerar verdadeiros laços de amizade na vida é preciso que haja carinho, atenção e acima de tudo convivência. E isso é uma realidade muito forte para os pacientes renais crônicos que fazem diálise um dia sim um dia não. O Sr. José Gomes Santana, que faz diálise há 33 anos, a convivência quase que diária com outros pacientes e com a própria equipe fortalece os relacionamentos e é impossível que não se crie verdadeiros laços de amizade na sala de diálise. “Tenho amigos que conheço há anos. Muitas vezes eles me ajudaram quando fiquei desanimado e hoje eu também posso ajudá-los quando isso acontece, inclusive os novos pacientes que estão se adaptando a rotina de diálise. Além disso eles se tornaram minha segunda família. Quando chego na Pró-Rim é como se chegasse na minha segunda casa”, conta Santana.
Um dos outros aspectos que favorecem a amizade e a formação de vínculos é a vivência comum da mesma realidade. E esse é o cenário dos pacientes da Fundação Pró-Rim. Lutam juntos, sofrem juntos e sonham juntos. Um exemplo disso é a história dos pacientes mato-grossenses, Maria Madalena e José Bispo de Souza, que se motivaram juntos a mudarem de Estado e de realidade de vida para a realização de um grande sonho: o transplante renal.
Primeiro foi a Sra. Maria Madalena. Ela já estava com tudo encaminhado, e neste dia estava na clínica pegando os últimos papeis quando viu a Sra. Irene, esposa de José Bispo, chateada. “O Zé Bispo estava passando mal naquele dia, fiquei chateada, então ela comentou que estava indo se tratar na Pró-Rim em SC e nos convidou a ir junto. Desde o início nos deu muita força. Fomos a primeira vez, ficamos uma semana na casa dela para as primeiras consultas no ambulatório de transplante em Joinville. Depois de um tempo voltamos e ela já havia até visto uma kitnet para morarmos. Foi uma grande amiga e continua sendo! Sou muito grata a ela”, conta Sra. Irene. José Bispo veio para Joinville dialisar e está em lista para o transplante renal. Maria Madalena já realizou o transplante e agora serve de estímulo para o amigo. “amizade verdadeira é tudo! O que é bom pra mim eu compartilho com quem está precisando, neste caso foi a Fundação Pró-Rim que indiquei”, comenta Maria Madalena.
E na adolescência? Quando a amizade é algo tão vivo e forte para se compartilhar as paixões da vida, as novas experiências? Mariana Silva dos Reis, de 14 anos e Kleidiane Lima do Carmo, de 15 anos, na Unidade da Pró-Rim em Palmas, no Tocantins, dizem que o tratamento renal não é um impedimento para se divertir comos amigos. Trocam mensagens no celular, interagem nas redes sociais e combinam várias coisas para depois do tratamento. Além disso, passam horas conversando na clínica durante as sessões. “Gostamos de conversar durante as sessões, ajuda a passar o tempo. Ficamos rindo e falando sobre coisas de menina”, comenta a paciente Mariana.
A psicóloga da instituição, Rosa Gasparino, ressalta o benefício desses laços: “Eles se identificam uns com os outros, se tornam cúmplices na dor.E na boa vontade de ajudar ao próximo acabam se ajudando, se sentindo útil ao próximo. Geralmente a doença renal os afasta do convívio dos colegas de trabalho e muitas vezes da família, já que muitos precisam mudar de Estado ou cidade. E nesse caso, os amigos da hemodiálise se tornam a segunda família dos pacientes.”
_Na foto: Os pacientes Maria Madalena e José Bispo