Roberto de Souza Freitas é o transplantado de número 1.500 da Fundação Pró-Rim. Ele ficou em hemodiálise durante um ano e precisou de apenas um mês e cinco dias na lista de espera para o transplante. “Eu falo pra todo mundo que isso foi um milagre na minha vida. Agora me sinto renascido”, acrescenta o paciente emocionado. “Só fiquei sabendo que eu era o número 1.500, um dia depois da operação. Isso me deixou muito feliz em poder representar numericamente o resultado de um trabalho desenvolvido por esta equipe fantástica da Pró-Rim”, recorda o paciente
Ele tem 64 anos e mora em Barra Velha, no Litoral Norte de Santa Catarina. A cirurgia aconteceu em 17 de maio de 2017 no Hospital Municipal São José e desde então, muita coisa mudou na sua vida. Ele conta que no período em que fez hemodiálise não conseguia sentir totalmente o gosto dos alimentos. “Agora, voltei a ser o bom garfo de sempre e saboreio sem cerimônia o caldo de corvina, meu prato preferido, preparado pela minha mulher”. Para Roberto, a volta do paladar foi a primeira grande mudança que ele notou após o transplante.
CAMINHAR NA PRAIA
Enquanto se recupera, aproveita para caminhar na praia e espiar o movimento das canoas que comercializam peixes de todos os tamanhos. Mas o melhor de tudo, segundo ele, é o tempo que se dedica à família, principalmente aos filhos e netos. “O deslocamento para Joinville no período de hemodiálise me tomava praticamente três dias por semana. Agora, livre da máquina, quero recuperar o tempo perdido e me dedicar aos meus antigos hábitos simples, como jogar canastra e contar piadas para os amigos”, revela.
Antes da doença, ele era ecônomo de um clube social de Barra Velha e tocava o restaurante que chegava a servir mais de 500 almoços por dia. Tão logo o novo rim se fortaleça, Roberto pretende viabilizar alguns planos. O principal deles é montar um pequeno restaurante com a ajuda da mulher. Ele sabe que não poderá fazer muito esforço físico, mas acredita que à volta ao trabalho vai ajudar na sua recuperação.
GRATIDÃO
Ele faz questão de agradecer a todos da Pró-Rim pela dedicação durante o período em que fez hemodiálise e também agora na fase pós-transplante. “É difícil a gente imaginar que no Brasil exista uma instituição com esta qualidade, que atenda a todos pelo SUS. A Pró-Rim representou e representa tudo pra mim. Sem ela eu não estaria aqui, pronto para recomeçar a minha vida”.
Beto, como é chamado pelos amigos, garante que apesar de tudo o que enfrentou, é um otimista e se considera uma pessoa de bem com a vida. “Quando alguém reclama de qualquer coisa peço que olhe para mim e acredite que é possível ser feliz, mesmo com todas as dificuldades de saúde”. Ele reconhece que após o transplante passou a ver a vida de uma maneira diferente e valoriza muito mais a simplicidade que está à sua volta. “Tenho 1.500 motivos para viver”, define.