Nefrologista da Fundação Pró-Rim alerta para os perigos da automedicação que, segundo ele, pode resultar na perda da função renal. O médico Dr. Franco Kruger também chama atenção para o uso de chás e produtos à base de ervas que prometem emagrecimento. O caso da cantora Paulinha Abelha é exemplo do perigo no uso destes medicamentos.
Os exames que avaliaram a situação dos rins da cantora Paulinha Abelha, da banda Calcinha Preta, revelaram que ela possuía lesões graves. A artista morreu em 23 de fevereiro em Aracajú (SE). A certidão de óbito aponta quatro causas da morte: meningoencefalite, hipertensão craniana, insuficiência renal aguda e hepatite.
Alguns exames da cantora já haviam sido divulgados pela assessoria jurídica da banda, entre eles um teste toxicológico que deu positivo para anfetaminas, encontrada em remédios já utilizado juntamente com outros medicamentos para controle do peso.
Especialista faz alerta sobre medicamentos
O Diretor Clínico da Fundação Pró-Rim, médico nefrologista Dr. Franco Kruger, alerta para os perigos de medicamentos que afetam a função renal, entre eles anti-inflamatórios, antibióticos, quimioterápicos, diuréticos e remédios para emagrecer.
Segundo o médico, a principal função dos rins é a filtração do sangue e excreção de toxinas. “A excreção dos fármacos do organismo, geralmente se dá por via renal. A toxicidade renal é uma condição também chamada de nefrotoxicidade”. O nefrologista acrescenta: “Nela, os rins acabam tendo seu funcionamento prejudicado (causando insuficiência renal), como consequência do efeito de certos medicamentos”.
Anfetaminas e chás
O Dr. Franco Kruger alerta para as formulações mais perigosas como anfetaminas e chás de ervas, que prometem o emagrecimento e agem sobre o sistema nervoso central. Para ele, outro medicamento que pode causar essa toxicidade é o orlistat, indicado para o tratamento de obesidade, de marca comercial Xenical®.
“A anfetamina provoca inibição do apetite. Isto porque, sob efeito do remédio, o organismo ‘entende’ que já atingiu a saciedade, não sendo necessário ingerir mais alimentos. Também estimula a liberação dos neurotransmissores, dopamina e noradrenalina, diminuindo a vontade de comer e dormir”, detalha o nefrologista.
Atividade clandestina
Chás de vários tipos, aparentemente inofensivos, são usados indevidamente no controle de peso. O médico garante que esses chás compostos por ervas podem ser prejudiciais aos rins. A Anvisa alerta que esses produtos muitas vezes não estão regularizados como medicamentos. Por isso ele chama a atenção para o comércio de produtos com propriedades terapêuticas não autorizadas pela Agência. “É uma atividade clandestina. Essas ervas têm autorização para uso somente em medicamentos, como fitoterápicos, e não como medicamentos para emagrecer”, esclarece.
Emagrecimento seguro
Mas afinal, qual a melhor maneira de controlar o peso corporal sem precisar fazer uso de medicamentos? O diretor clínico da Pró-Rim recomenda fazer atividade física regularmente, observar a qualidade dos alimentos ingeridos, evitar açúcares e massas, comer bastante fibras e, sempre que possível, consultar com uma Nutricionista ou Endocrinologista.
Léo Saballa
Comunicação – Fundação Pró-Rim