
Paulo se veste de Papai Noel e Coelho da Páscoa. Junto com a esposa entrega brindes e faz a festa dos pacientes em hemodiálise. No Natal do ano passado, Paulo se vestiu de papai-noel para entregar lembrancinhas” aos colegas que perderam a função renal. “O que eles não podem perder nunca é a alegria de viver. Por isso, tento fazer a diferença com solidariedade, simplicidade e muito carinho”. Este ano, ele e a sua mulher, Elaine, decidiram se fantasiar de coelhos da Páscoa e distribuir chocolates aos pacientes renais e aos técnicos de enfermagem da Fundação Pró- Rim.
Paulo Sérgio Galicki conhece muito bem a realidade de quem perdeu a função renal. Afinal, também sente a insegurança de depender de uma máquina para viver. Ele e a mulher se tornaram voluntários da Fundação Pró-Rim e dedicam parte do tempo a ajudar pessoas que, assim como Paulo, fazem tratamento por hemodiálise.
CONSCIÊNCIA
Paulo Sérgio Galicki tem 29 anos. É formado em tecnólogo de química. Elaine é auxiliar de escritório em uma clínica médica. Ele faz hemodiálise há nove anos e submeteu-se ao transplante de rim, que teve rejeição. Agora, garante que não pode fazer novo transplante porque a doença afetou a bexiga. “Vivo bem e consciente que a máquina de hemodiálise é fundamental na minha vida. Mas, para isso, preciso estar em sintonia comigo mesmo. A solidariedade que eu pratico me dá essa condição, essa leveza”, revela o paciente.
O coelhinho da páscoa surgiu com a experiência do Papai Noel. “Foi tão divertido e gratificante que a Elaine decidiu participar comigo nesta Páscoa, Paulo conseguiu comprar os chocolates com doações de pessoas da comunidade”, enfatiza Elaine. Para este evento solidário, eles alugaram as roupas, mas no ano que vem, disseram que vão comprar tudo personalizado.
CARINHO
Segundo ela, foram entregues dois coelhos e quatro ovos de chocolate. “É uma lembrança simples porque não podemos gastar muito. Mas mostrou o carinho com que foi feito todo este preparo”, relata. Além dos pacientes renais, o brinde de páscoa foi entregue também para os técnicos de enfermagem. “Eles cuidam do Paulo com toda a dedicação e merecem ganhar este mimo”, atesta Elaine, emocionada.
Primeiro ele se tornou voluntário da Fundação Pró-Rim e depois a mulher o acompanhou em algumas campanhas para arrecadar alimentos, material de higiene, entre outras necessidades para atender pacientes necessitados da Fundação Pró-Rim.
PALESTRAS
Agora, apresentam até palestras de prevenção aos familiares de pacientes sobre importância da aderência ao tratamento. O casal conhece todos que fazem hemodiálise no mesmo espaço que Paulo e buscam atender não só com produtos, mas também ouvindo
o que eles têm a dizer e orientando sobre a importância do tratamento, além de divulgar ações de prevenção.
Paulo conta que sempre teve interesse em fazer algo pelos pacientes, afinal muitos deles vieram de outros estados e, além da fragilidade pela doença, estão longe dos seus familiares. “A Diálise é uma família, pois o tempo que passamos juntos cria vínculos. É importante se doar, saber ouvir, dar um abraço, e muita atenção. É o mínimo que posso fazer”, avalia Paulo.
PRIORIDADE
Como é ser mulher de um paciente renal? Elaine observa que evoluiu como pessoa e aprendeu muito com ele ao longo desses anos. “Cuido do Paulo como se fosse um filho. Na doença e na saúde, vamos estar sempre juntos. A minha dedicação a ele é incondicional. Quero dar o suporte que ele precisa em todos os momentos. Coloco sempre a saúde dele como prioridade na
minha vida”, detalha.
Para Paulo, “A Elaine é o pilar da nossa relação, faz tudo por mim e nunca reclama. Sinto-me fortalecido e privilegiado por tê- la ao meu lado. Está sempre apoiando de forma participativa. Isso me permite encarar a doença de uma maneira mais leve. A Elaine Sempre cuidou bem de mim. Só tenho a agradecer por tudo o que ela me faz”, finaliza.