Sebastião Claudionor dos Santos, 63 anos, é casado, tem quatro filhos e quatro netos. Ele mora em São Bento do Sul (SC). Boa parte da vida trabalhou na agricultura e depois como vigilante particular. Em 2002, procurou a unidade da Fundação Pró-Rim em São Bento do Sul e descobriu que tinha de uma doença renal em evolução. Passou então a fazer tratamento convencional até 2013, quando foi obrigado a recorrer à máquina de hemodiálise, onde permaneceu por onze meses. Foi quando ele decidiu que iria fazer o transplante de rim.
Apenas sete dias
O que Sebastião não imaginava é que seria chamado em 24 de dezembro de 2014, véspera de Natal, apenas sete dias depois da sua entrada na lista de espera. O paciente então não perdeu tempo e foi de táxi para Joinville fazer o transplante. A cirurgia foi realizada pela equipe da Pró-Rim, no dia de Natal, no Hospital Regional de Joinville. “Por mais que eu tente, não consigo encontrar palavras para expressar toda a minha gratidão à equipe da Pró-Rim e à família de um jovem acidentado que fez a doação do órgão que me salvou a vida”, descreve o transplantado.
Presente valioso
Para Sebastião, esse episódio não foi apenas resultado de uma coincidência.
O presente que eu recebi tem um valor inestimável que não se compara a nenhum prêmio acumulado de loteria. Foi o maior presente do mundo que alguém pode desejar. Deus não economizou no meu presente. Recebi a minha vida de volta e pude acompanhar o nascimento dos meus quatro netinhos, incluindo o batizado de todos eles e a primeira comunhão da minha filha mais nova. Que valor tem tudo isso que aconteceu na minha vida?”, pergunta Sebastião, emocionado.
Ele conta que agora decidiu pôr em prática alguns planejamentos de vida, que começam a se realizar na próxima semana. Um deles é se mudar com a mulher e a filha mais nova para a cidade de Rio Negrinho (SC), onde moram os filhos e os netos. “Quero passar já este Natal e o resto da vida perto da minha família, vendo eles todos os dias e acompanhando o crescimento das crianças”.
Felicidade
Sebastião garante também que não quer mais sentir tristeza, estresse e nem lamentar o tempo que não soube aproveitar. “Hoje a felicidade tem outro significado para mim: é poder estar junto às pessoas que amamos. A vida é como a chama de uma velinha ao vento. Vamos aproveitar enquanto ela não apaga”, aconselha, com a sabedoria de quem teve uma segunda chance e recebeu o maior presente do mundo.