Há quinze anos, trabalho na Fundação Pró-Rim e prático com meus pares uma medicina humanizada. Recentemente, tive a oportunidade de vivenciar a humanização por outro lado, pelo familiar.
Meu avô é um homem forte. Na segunda guerra mundial, fez parte da FEB e lutou na Itália. Moço, trabalhou ativamente na Polícia Militar do Rio de Janeiro. Tenho lembranças inesquecíveis com meu avô. Quando eu era criança, ele me apresentou o Rio de Janeiro e me levava para brincar na praia da Tijuca e visitar o Cristo Redentor.
Hoje com 86 anos, estava internado no Hospital de Clínicas de Jacarepaguá. Há alguns dias, fui ao hospital visitá-lo. Foi difícil ver um homem grande, com seus 85 kilos e 1,80m de altura, sentado numa cama de hospital. Não conseguia respirar.
Mas o que me deixou feliz, foi a constatação de que ele estava recebendo um atendimento verdadeiramente humano. No dia seguinte a minha chegada, ele foi transferido para o CTI, pois seu coração grande, não apenas no sentido figurado, já não estava conseguindo bombear o sangue, e seu pulmão se enchia de água.
No CTI de 30 leitos, três médicos plantonistas e a equipe de enfermagem conheciam os pacientes pelos nomes, e não pelos números de seus leitos. Meu avô não era o “leito 7”, e sim o “seu Anestor”, ou o “vovô”, como o chamava carinhosamente a técnica de enfermagem Gil.
Sem conseguir se alimentar adequadamente, foi atendido com atenção pela nutricionista Flávia, que adaptou a dieta aos seus hábitos o que vem ajudando a melhorar seu quadro.
E assim, todos no hospital revelavam o lado humano tão necessário nessas horas difíceis, trazendo conforto não apenas ao paciente, mas a sua família também. Por isso, o meu muito obrigada a todos – Andréia, Cláudia, Marcele, Cristina, bem como os médicos, Dra Edy, Dr Leandro, Dr Reinolt, Dra Beth, Dra Renata, Dr Guilherme, Dr Leonardo e tantos outros, que, incansáveis, mostram todos os dias que um atendimento humano e digno é possível.
Esta experiência me motiva a exercer o meu trabalho de forma cada vez mais humana. É assim que todos nós da Família Pró-Rim desejamos.
Por: Dra. Céres Felski – Nefrologista – CRM/SC 5.675