A vida de Matheus tem sido extremamente difícil, desde o seu nascimento. Ele nasceu prematuro (sete meses e meio) e foi diagnosticado com uma grave doença no rim. Ao completar 17 dias de vida fora do útero, foi submetido à primeira cirurgia em um hospital referência em São Paulo. O pai de Matheus, o economista Cláudio Veiga foi alertado pela equipe médica que devido à gravidade do seu estado clínico, provavelmente o menino não iria resistir nas 24 horas seguintes à cirurgia. Matheus contrariou a lógica da ciência e, fortalecido, venceu todas as etapas mais agudas da doença.
O menino voltou com o pai e a mãe para São Francisco do Sul. Medicação e hormônios de crescimento fizeram parte do seu dia a dia. Outro drama para ele: aos sete anos viu a mãe morrer de câncer. Mesmo assim, com toda a adversidade, ele nunca deixou de ser alegre e manter a energia para brincar e comer lingüiça, a sua comida preferida. Matheus é inteligente e faz brincadeiras com tudo que o cerca, além de ser engraçado ao contar piadas. Ele gosta de jogar bola e correr. Faz tudo como uma criança normal, apesar de sentir limitações para respirar quando fica ofegante e restrições ao consumo de água e alimentos com sal.
O garoto agora está com dez anos e a doença avançou. O resultado dos exames desta semana vai determinar se ele terá de se submeter ao tratamento por hemodiálise (quando o paciente depende de uma máquina para continuar vivo). Mas, o certo é que ele terá de fazer o transplante, mais cedo ou mais tarde. O pai se dispôs a doar um rim, mas, Matheus vai precisar de um órgão compatível com o tamanho dele.
No Dia da Criança, este garoto extrovertido, inteligente e inquieto, sonha em se formar arquiteto e um dia ser pastor da igreja que a família frequenta. Ele revela que gostaria de ganhar muitos presentes, mas, na sua simplicidade infantil, o principal é ficar bom e fazer tudo o que gosta principalmente comer muita lingüiça, alimento evitado, por conta da doença.