Desde os primórdios, no tempo das cavernas mesmo, o medo já fazia parte da vida humana, é a experiência mais arcaica da humanidade. No processo do desenvolvimento evolutivo, muitas estratégias ou mecanismos de defesa foram adotados pelo homem para alcançar seus objetivos. No tempo das cavernas, servia para caçar ou fugir do predador. Hoje, em todas as situações cotidianas.
Cada período da história nos remete a motivos novos para o medo. Seja como for, é importante compreender que por vezes ele é necessário. Como assim? Alguns podem perguntar, é claro, se não tivermos medo é como se fossemos super heróis, nada nos acontece, então podemos nos jogar de um prédio, atravessar a rua sem olhar, entrar em uma jaula de leão, etc… Assim, o medo é necessário para que percebamos os limites entre a vida e a morte. Porque dentre todos os nossos medos o maior é o da morte.
Mas também é importante compreender que quando este nos prejudica de forma a não conseguirmos contar algo a nossos pais, amigos, esposas, ou quando em uma situação não conseguimos dirigir um carro, sair de casa, desenvolver alguma atividade em nosso cotidiano, o problema é sério. Pode até chegar a fobias e transtornos muito graves.
As patologias relacionadas ao medo se manifestam de várias formas, geralmente mal perceptíveis num primeiro estágio, que além da fuga, pode também gerar o enfrentamento, e reações de provocação, agressividade e culpabilização do outro, por aquilo que não se consegue enfrentar.
O medo provoca reações físicas que nos levam a um estado de alerta e ansiedade. É uma reação obtida a partir do contato com algum estímulo físico ou mental (interpretação, imaginação, crença). Esta reação inicial dispara uma resposta fisiológica no organismo que libera hormônios do estresse (adrenalina, cortisol), preparando o indivíduo para lutar ou fugir.
Desta forma, muitos estudiosos da psicologia e áreas afins, ao longo de várias décadas, vêm se interessando pelo assunto. Foram criados métodos, técnicas terapêuticas e cursos que nos auxiliam na compreensão desses mecanismos adotados por cada um.
A reeducação emocional tem sido utilizada para que o sujeito perceba suas emoções, as reações e suas consequências. Com o processo de globalização, as informações são processadas muito rapidamente, ficando cada vez mais difícil compreender o que se passa à nossa volta. Na busca de sempre querer mais e mais resultados (capitalismo), seja para a empresa, seja para a família, o homem vai se tornando uma máquina sem emoções, ou quando as têm fica sem controle sobre elas. Assim, a reeducação emocional visa buscar a compreensão dessas emoções, para que se possa utilizá-las com sabedoria, como mantenedora de bons relacionamentos interpessoais.
As pessoas que sabem administrar bem suas emoções têm três aptidões básicas: conseguem endender, ouvir e se expressar de maneira que os outros compreendam também.
Hoje não estamos mais no tempo das cavernas e nossa vida não depende mais da caça, embora isto seja relativo, mas principalmente das nossas relações interpessoais. Assim, compreender, administrar e controlar as emoções é essencial para a produtividade pessoal, organizacional e social.
Por: Gislene Carla Erbs