Neste depoimento, o jogador de futebol conta que precisou se reinventar mas que vive muito bem após o transplante.
“Sou Marcelo Costa, natural de Caxias do Sul (RS). Fui jogador de futebol e atuei em diversos clubes tradicionais do país, entre eles Grêmio, Juventude e Caxias, do (RS); Palmeiras e São Caetano (SP); Payssandu (PA) e Joinville Esporte Clube – JEC (SC).
Fiz parte de equipes que conquistaram títulos memoráveis como o Brasileirão da Série B pelo Grêmio em 2005, em jogo que ficou conhecido como “A Batalha dos Aflitos”. Na mesma divisão, porém, em 2014, ajudei a conquistar este título para o Joinville Esporte Clube e que levou o nosso JEC para a elite do futebol brasileiro em 2015. Posso dizer que a minha carreira foi vitoriosa como jogador de futebol.
Quando tive o primeiro sintoma
Em maio de 2016, quando jogava pelo Payssandu de Belém (PA), tive um mal-estar após o treino. Depois de muitos exames, me informaram que provavelmente seria nefrite, uma doença nos rins. Mas em todas as investigações aparecia como ‘causa desconhecida’. O resultado é que os meus rins deixaram de funcionar. A partir de então, fiquei quatro anos fazendo diálise peritoneal (em casa), durante dez horas, todos os dias.
As dificuldades do tratamento
Enfrentei muitas dificuldades como mal-estar, enjôos frequentes, pressão alta, inchaço, dores, fraqueza, dificuldades para levantar todas as manhãs, pois dormia muito pouco devido às longas horas de diálise. Isso sem contar a insegurança emocional que me afetava todos os dias, ao saber que nunca mais iria exercer a minha profissão, ou seja, jogar futebol. Para mim tudo acabou em segundos. Então entendi que precisava me reconstruir.
O sonho do transplante
Fiquei animado com a ideia de fazer um transplante, o que me ajudaria a viver bem novamente. Essa possibilidade me deixou muito confiante. Em quatro de junho de 2020 recebi o rim de uma família que perdeu o ente querido. Transplantei no Hospital Municipal São José de Joinville (SC), com a equipe da Fundação Pró-Rim. A cirurgia foi um sucesso e após três horas do transplante, já estava na sala de recuperação.
Hoje, um ano e três meses do transplante, estou muito bem, me cuidando mais que o recomendado, devido à pandemia. Estou com 41 anos, casado, dois filhos (18 e 20 anos). Conheci a Fundação Pró-Rim por indicações de várias pessoas, pois já sabia que se tratava de uma instituição referência no Brasil. Afinal, passei o período de 2013 a 2015 no JEC. Quer dizer, estava em casa e pronto para enfrentar uma nova etapa da minha vida. Muitas coisas importantes aconteceram desde as primeiras horas que o rim começou voltou a funcionar e notei a diferença em meu corpo e no meu estado emocional.
Gratidão
Gostaria de fazer alguns agradecimentos: em primeiro lugar a Deus, pois Ele cuidou de mim em todos os Detalhes, sabe o que passei e me supriu em tudo o que precisava. Gratidão eterna à minha esposa Michele, que esteve esses longos quatro anos sempre ao meu lado e jamais me deixou sozinho. Essa parceria me fortaleceu o tempo todo, pois me senti sempre protegido. Estou muito bem agora, me sentindo feliz nessa recuperação que foi um sucesso, desde o transplante até aqui.
Quero agradecer de todo o coração também aos médicos da Fundação Pró-Rim, especialmente a Dra. Viviane Cálice e sua equipe de diálise; à equipe de transplante que fez o seu melhor e ao Dr. Marcos Alexandre Vieira, presidente da Pró-Rim e a incansável equipe pós-transplante.
Muita gente me pergunta o que pretendo fazer da vida, agora. Então respondo que quero continuar no universo do futebol. Afinal tenho duas escolinhas de futebol infantil em Caxias do Sul e sinto o maior orgulho dos meus alunos. Logo estarei lançando alguns craques para o futebol brasileiro.
A doação que me deu uma nova vida
Quero agradecer muito à família do doador que com esse gesto de amor me deu essa oportunidade de recomeçar a vida e com saúde. Sou muito grato a essa família que mesmo com a tristeza em perder um ente querido em acidente, tomou a decisão de doar os órgãos e me dar uma vida renovada. Hoje tenho muita força, mais alegria, disposição, ânimo para tudo e sou grato a Deus por uma nova vida onde eu e minha família estamos vivendo algo novo e feliz.”
Por Marcelo Costa
Como você pode contribuir com histórias como a do Marcelo?
Assim como o jogador, muitos outros pacientes estão aguardando por um transplante. Mas enquanto esse dia não chega, os pacientes renais crônicos precisam do tratamento de diálise para manter sua vida. Contribua com o tratamento destas pessoas, acesse o site www.doe.prorim.org.br ou ligue 0800 474546 e faça sua doação. São mais de 600 pacientes renais atendidos pela Fundação Pró-Rim que dependem da sua ajuda para sobreviver. Nos ajude a “salvar vidas”!