“Se estou viva é porque Deus tem uma missão divina para mim ou quer que eu sirva de lição para outras pessoas”. O depoimento emocionado é de Eva Lozeiko Wischral, 60 anos, uma paciente renal que em 2 de setembro último completou 35 anos em tratamento de hemodiálise na unidade de São Bento do Sul (SC) e se tornou a paciente mais longeva da Fundação Pró-Rim, em hemodiálise.
Ela afirma que não tem nenhuma lembrança do primeiro dia em que foi submetida a esse tratamento, em 1987, porque estava muito debilitada e entrou direto no hospital, pela UTI e lá permaneceu em coma por 21 dias. “Depois fiquei sabendo que quem me preparou para a hemodiálise foi o Dr. Hercílio da Luz, médico fundador da Pró-Rim, com a ajuda do Dr. Cassou. Ou seja, a minha primeira hemodiálise foi na UTI, lutando para ficar viva e parece que estou conseguindo”, brinca a paciente.
Rejeição
Em 1996 Eva foi transplantada. Porém, quatro anos depois o órgão foi rejeitado. “Então voltei para a hemodiálise. Quando estava para fazer o segundo transplante, apareceu um nódulo e tive que retirar a mama e fazer rádio e quimioterapia. Então não foi mais possível receber um novo transplante”, lamenta. Ela acentua que passou mais da metade da vida na dependência de máquinas. “Mas o que importa é que sobrevivi até aqui. Agora quero viver um dia de cada vez, sem pressa”, acrescenta, com uma ponta de resignação. Logo volta a falar com otimismo sobre como lidar com a sua doença e com a dos outros. “Gosto de dar exemplos para os pacientes, recomendando sempre bom senso, para seguirem as orientações médicas. Eles prestam atenção ao que digo, pois conhecem a minha história” , esclarece.
Dificuldades
Eva conta que enfrentou uma grande dificuldade naquela época: “Quando voltei para São Bento, tinha que retornar para Joinville, três vezes por semana e fazer hemodiálise. Durante três anos viajei em um ônibus velho e desconfortável. Era muito sofrimento, até que a Prefeitura de São Bento disponibilizou um carro para transporte dos pacientes. Depois, com a graça divina, a Pró-Rim montou uma clínica moderna, com todos os recursos, aqui em São Bento do Sul. Para mim foi maravilhoso poder me tratar aqui mesmo na minha cidade”, recorda a paciente.
Gratidão
Ela faz questão de agradecer à dedicação da Pró-Rim, em todos estes anos: “É a minha segunda família. Representa tudo na minha vida. Sem ela, eu já teria morrido. Quero agradecer de coração aos médicos Dr. Aluísio e Dr. Hercílio por criarem a Pró-Rim com estas condições de atendimento, com qualidade aos pacientes renais. Eu sou prova disso, há 35 anos”, atesta.
Tratamento seguro
Relata que, em todo esse tempo, aprendeu a dar valor à vida. “Eu trabalho, limpo a casa, cuido dos animais e depois descanso. Para quem está começando a fazer hemodiálise eu digo: por favor, não toma muito liquido porque o coração cresce”. E, complementa: “No tempo em que comecei a dialisar, era tudo rústico. Sofri muito com a máquina-tanque, porque havia pouco recurso tecnológico. Hoje as máquinas são de última geração e a gente tem mais segurança” , aprova Eva.
Cuidado todo dia
“Sou casada, tenho uma filha bacharel em direito, que mora em Florianópolis. Ela demonstra preocupação e me liga todo dia. Isso dá força para eu viver. Pede para me cuidar e fazer tudo o que os médicos dizem. Estes dias deixou-me emocionada quando me recomendou cuidado e bastante descanso, porque sou a pessoa mais importante na sua vida e que ela reza todos os dias pela minha saúde. Então percebi que tenho motivos importantes para viver e agradecer”, finaliza Eva Lozeiko.
Léo Saballa
Comunicação – Fundação Pró-Rim