Com apenas 16 anos, a jovem Kelli Aparecida Schuda chegou da escola se sentindo muito mal, os pés estavam inchados, logo as mãos e o rosto também ficaram e então toda a família correu para o posto de atendimento público para saber o que estava acontecendo. Nos primeiros dias foram vários os diagnósticos e medicamentos até serem encaminhadas para um nefrologista.
“Foi quando o médico falou que os rins da minha filha haviam parado. Nesse tempo a Kelli ficou 15 dias na unidade tratamento intensivo (UTI) do Hospital de Mafra. Ficamos muito preocupados, após isso ela ainda ficou alguns dias internada e passou a fazer hemodiálise”, comenta a mãe Cirene Maidl Schuda com lágrimas nos olhos.
Relembrar tudo que passaram ainda traz muitas emoções, afinal foram dois anos e meio de hemodiálise, Kelli tinha apenas 16 anos e muitos sonhos pela frente e pouca informação sobre a doença que tinha. Mãe e filha carregam no peito a gratidão e muito amor uma pela outra. “Quando a médica falou da possibilidade de eu ser a doadora para minha filha não pensei duas vezes e disse que queria fazer os exames”, conta a mãe.
No início, a filha não queria que a mãe fosse a doadora e confessou que seu maior medo era que acontecesse alguma coisa com a mãe após o transplante. “Fiquei com muito medo de fazê-la passar pela cirurgia. Imagina se acontecesse alguma coisa com ela?”, indagou enquanto explicava seus motivos.
Mas finalmente tudo ocorreu bem. Apesar do nervosismo da Kelli no dia antecedente ao transplante, a cirurgia foi um sucesso, em alguns dias a mãe teve alta e após 7 dias a Kelli também saiu do hospital. “Somos muito grudadas, minha mãe que me ajuda em tudo. Sempre que tenho exames e consultas a fazer, ela está comigo. Larga tudo para ficar ao meu lado, tem coisas que só uma mãe faz por nós filhos e em alguns casos, nem as mães”, diz Kelli.
É graças ao amor entre mãe e filha que agora Kelli vive muito melhor, finalizou o ensino médio e pretende estudar Pedagogia.