Até onde a vontade de um pai pode ir? Que obstáculos podem superar? A força e o amor da figura paterna muitas vezes são colocados em dúvida. A vida se encarrega de trazer surpresas boas e ruins, escolhas difíceis que podem interceder na vida de quem mais amamos.
Assim como a maioria dos pais, Valério Soethe não teve dúvidas em arriscar tudo para salvar a vida
do filho Filipe, e fez a doação do seu rim. Aos sete anos, Filipe perdeu a função renal e passou 40 dias em estado de coma na UTI. A insuficiência dos rins já vinha de outras complicações de saúde, que com o tempo só agravaram ao ponto de precisar urgente de um transplante.
O menino teve de deixar as brincadeiras na rua para se submeter ao tratamento de hemodiálise. “Sabia que o tratamento por longo tempo poderia comprometer até o crescimento do menino. Ele precisava de um transplante para melhorar”, comenta Valério, lembrando das sessões que passava ao lado do filho.
Uma das alternativas para salvar a vida de Filipe seria a doação do rim pelo pai. “Quando os médicos disseram que eu poderia ajudar sendo doador, fiquei ansioso para que chegasse logo o dia do transplante. Eu entendi que se não tomasse a iniciativa o meu filho iria morrer”, relembra o pai sobre o resultado positivo de compatibilidade com Filipe.
Hoje, comemorando 19 anos de transplante, Filipe conta que a ligação entre ele e o pai se fortalece cada vez mais. “Sou um privilegiado em tê-lo como pai e carrego em mim um pedaço dele, que é o maior troféu que conquistei na minha vida”, enfatiza Filipe.
25/07/2018