Andréa acredita que sempre há oportunidades para recomeçar, assim como aconteceu com ela.
Andréa Cristina Bartossewiez vai apresentar uma palestra para marcar o Dia Internacional da Mulher. O evento será no dia 12 de março e ela pretende transmitir à platéia, força, coragem e esperança. O título da palestra “Eu, Andréa. Seja a transformação que você deseja”, mostra a sua determinação na vida pessoal e profissional, apesar de ter a saúde debilitada pela doença renal. Ela superou cada etapa, passando pela hemodiálise até chegar à realização do transplante. A empresária de moda conta a sua história comovente e a experiência adquirida ao longo dos anos. Agora, quer ajudar os pacientes renais a conviver com a doença e acreditar que sempre há uma oportunidade para recomeçar, assim como aconteceu com ela. A palestra é uma ação do Voluntariado da Fundação Pró-Rim e está aberta a todos os interessados.
“Eu, Andréa. Seja a transformação que você deseja”
Aos 14 anos de idade após uma longa jornada de exames, fui diagnosticada com LUES – Lúpus Eritematoso Sistêmico. Na ocasião, por conta da demora do diagnóstico correto, cinco órgãos foram afetados (coração, fígado, pulmão, rins e baço), porém, foi nos rins a lesão maior e persistiu no decorrer dos anos.
Apesar desse diagnóstico, sempre levei uma vida normal dentro das minhas condições. Tenho consciência que a medicina evolui rápido, mesmo que às vezes pareça tudo muito burocrático, até chegar às farmácias. Quanto mais estável eu estivesse, melhores seriam as chances para uma nova medicação ou tratamento.
Foi em 2005 que perdi grande parte das funções renais e entrei em tratamento de hemodiálise por quase três anos até o transplante renal. É triste, é doído, é uma condição que vai muito além das quatro horas, três vezes por semana. É uma dependência constante, um cuidado diário e uma vida com muitas restrições. Mas, também é uma oportunidade de estarmos vivos e isso torna tudo mais leve.
Durante esse período minha vida profissional tomou outros rumos, mas sempre me mantive ativa e produtiva. Nosso corpo é o reflexo da nossa mente. Por mais que naquele período dependesse de uma máquina para me manter viva, eu tinha a certeza que conquistaria minha liberdade de volta.
Foi com esse pensamento que Deus mandou para mim meu maior presente, meu filho João. Se eu já tinha a certeza que tudo aquilo era apenas uma fase e que iria passar, com a chegada dele, então, tudo fez muito mais sentido.
O TRANSPLANTE
O transplante aconteceu em 2008. Recebi essa graça no momento em que mais me sentia cansada e desgastada com o tratamento. Deus sabe a hora certa de tudo. Sempre em minhas orações eu pedia a Ele que a cirurgia acontecesse quando eu fosse merecedora. O Transplante foi um sucesso, depois de apenas oito dias internada. Acredito que o resultado positivo se deu pela minha dedicação em me manter saudável e estável enquanto aguardava esse momento.
Agora, após quase 11 anos como transplantada, levo uma vida absolutamente normal, consciente que o transplante é uma forma de tratamento que consiste em disciplina e muito controle. Poder mostrar para os demais pacientes que é possível, ser exemplo àqueles que temem essa forma de tratamento, sempre foi o meu desejo.
O TRABALHO
Hoje além de empreender no segmento da moda, deixando as pessoas mais bonitas, eu trabalho levando auto-estima, ferramenta que permite as pessoas voltarem a sonhar, a acreditar em si mesmas. Há tantas pessoas que são absolutamente saudáveis e cheias de limitações, que a falta de coragem as impedem de viver plenamente.
Não importa o tamanho do seu problema. Muitas vezes uma coisa que para mim ou para você pode parecer insignificante, não é para aquela pessoa que está passando pela mesma situação. O que importa é entender o seu corpo, suas limitações e suas possibilidades. Por mais desafiadora que seja a situação, sempre haverá razões para aprender, crescer e lutar.