O resultado positivo de um exame de gravidez geralmente é recebido com alegria e muita comemoração pela futura mamãe. No caso de Elizandra Aparecida dos Santos houve uma mistura de esperança e preocupação. É que ela havia perdido a função renal e nos últimos quatro meses fazia hemodiálise na unidade parceira de Jaraguá do Sul. Em 03 de dezembro de 2016, com a descoberta da gravidez, começou uma luta incansável contra o tempo e ao mesmo tempo um tratamento intensivo e desgastante para a paciente.
“Foram semanas de muitos cuidados, mudança na prescrição da diálise, que passou a ser diária, assim que se soube da gravidez, nas medicações, alimentação, enfim, tudo o que uma gestante com insuficiência renal crônica dialítica deve ter”, explica a médica nefrologista Lucia Tabim de Oliveira.
Segundo ela, além de 20 horas de diálise semanal foi necessário manter a equipe multidisciplinar atenta, com os cuidados da enfermagem, nutricionista, assistente social, psicóloga e médico, essenciais ao sucesso do parto. “Uma gravidez nestas condições representa alto risco não só para a mãe, como também para o bebê que pode sofrer descolamento prematuro da placenta, além de prejudicar o seu desenvolvimento”, esclarece a médica.
Elizandra recorda uma grande dificuldade que enfrentou no período da gravidez: “com 25 semanas tive sangramento bem intenso, que me fez procurar o hospital com urgência. Descobri que estava com edema pulmonar (liquido acumulado nos pulmões) e fiquei 16 dias internada com suspeita de tuberculose”.
Superada esta fase, a paciente foi encaminhada para fazer a cesariana no dia 08 de junho. “Finalmente, depois de tanta ansiedade e insegurança, às 15h50min estava com o meu filho nos braços, um pouco cansado, mas cheio de saúde e eu me sentindo realizada e muito feliz. À equipe que me assistiu e a todos que participaram deste milagre na minha vida, quero manifestar a minha gratidão eterna”, finaliza Elizandra.