Enfermeira especializada em doenças renais teve que cuidar da própria filha.
30 de janeiro de 2016. Jessica comemorava 14 anos quando tocou o telefone da sua casa, em Carazinho (RS). Ela imaginou que seria mais uma amiga da escola entre tantas a desejar um feliz aniversário e correu para o aparelho. Na verdade, naquele momento, ela receberia o maior presente de aniversário da sua vida. Aliás, ganharia uma nova vida, com mais qualidade, liberdade e a certeza que reescreveria a sua história.
A adolescente foi tomada pela emoção quando ouviu o recado de um médico de Porto Alegre (RS), solicitando a sua presença com urgência ao hospital, para receber o sonhado transplante de rim. Ele explicou que uma família generosa acabara de perder um ente-querido e decidiu pela doação. Segundo a informação, a compatibilidade com o doador era das melhores.
Estava tudo pronto e só faltava a presença dela na sala cirúrgica. Iniciava assim, uma rápida luta contra o relógio para vencer a distância de quase 300 quilômetros que separa as duas cidades. Havia chegado o tão esperado dia de Jessica pôr fim à insegurança que lhe acompanhou nos últimos anos. Apesar do nervosismo acentuado, ela estava preparada, num misto de ansiedade, fé e esperança.
Para a gente entender melhor esta história, vamos voltar 20 anos no tempo, na vida de Janaína Trentin. Ela é enfermeira especializada em cuidar de pacientes renais. Formou-se em 1999 e fez a sua pós em nefrologia, em 2002, ano em que nasceu Jéssica. “Na minha barriga, ela já trabalhava comigo cuidando dos pacientes”, brinca a enfermeira, que hoje trabalha na unidade de Balneário Camboriú, na Fundação Pró-Rim, no atendimento aos pacientes em hemodiálise.
O que Janaína nunca imaginou é que a sua especialização iria ajudar de forma determinante no tratamento da filha, que aos 10 anos de idade apresentou sinais de insuficiência renal e foi submetida ao tratamento convencional durante três anos, quando iniciou a diálise peritoneal. Tudo sob os olhares atentos da mãe/cuidadora.
A partir daí, a menina entrou em lista de espera para realizar o transplante. Neste período, a mãe submeteu-se a todos os exames e se habilitou a doar um rim para a filha. Já havia até data marcada para o transplante: 05 de fevereiro de 2016. Não foi necessário. Uma semana antes Jessica já estava com o rim novo.
A cirurgia foi um sucesso e a garota, hoje, está com 17 anos e cursa o terceiro ano do ensino médio. A jovem já decidiu que quer ser médica pediátrica. “Tem tudo a ver com o exemplo da minha mãe e o que aconteceu comigo. Adoro crianças e quero que todas tenham saúde e sejam tratadas como eu fui”.
Segundo a mãe, a filha é inteligente, carinhosa, responsável e se cuida para manter o seu rim sempre eficiente. “A Jessica é uma benção na minha vida e eu me sinto como a sua enfermeira particular o tempo todo e faço questão que ela me veja assim. Nossa história vai muito além do relacionamento entre mãe e filha”, define a enfermeira.
No Dia das Mães deste ano, Jessica revela que vai entregar um presente, dar um beijo, um abraço apertado de gratidão e dizer: “Obrigado mãe, por estar sempre comigo, por cuidar de mim e me ajudar a superar aquela fase difícil da minha vida. Sem você eu não conseguiria. Amo você incondicionalmente”.
O Dia das Mães esta chegando, e você já comprou o presente da sua mamãe? Se ainda não, dá uma olhadinha nas dicas de presentes que elaboramos conforme o perfil da sua mãe. Ela vai adorar ganhar os Kits Especiais de Produtos Sociais da Pró-Rim!