Daniel Lima Ferreira tem 21 anos e com 15 recebeu o laudo de transtorno do espectro autista. Ele é filho de Máxima Fernandes Lima e nasceu em Tucuruí, no Pará (PA), em 26 de fevereiro de 2002. Possui quatro irmãos. A mãe explica que aos 13 anos Daniel foi diagnosticado com diabetes. Por conta disso, os seus rins foram afetados gravemente. Agora ele completou um mês de hemodiálise na Fundação Pró-Rim, em Joinville (SC) e a família já pensa em transplante.
Casos familiares
A mãe explica que uma prima sua foi diagnosticada com autismo e mais recentemente o filho de um sobrinho, com cinco anos de idade teve o mesmo diagnóstico. “Também há outros casos suspeitos na família, mas ainda sem confirmação”, esclarece. Após pesquisar intensamente sobre o local onde tratar o filho e depois de ouvir médicos e familiares de pacientes renais, ela decidiu por Joinville (SC). “As referências foram as mais favoráveis. E, lá fomos nós. Quando Daniel chegou em Joinville foi pedido exame de urina, que acusou forte infecção urinária”, descreve a mãe.
Hemodiálise
O acompanhamento renal, no entanto, vem desde março de 2019. Daniel chegou em Joinville em 30 de julho de 2018 com apenas 17% do funcionamento dos rins. Depois de três meses o percentual caiu para 12%. “A partir daí o quadro dele foi se agravando até chegar à hemodiálise”, Lembra Máxima. Ela garante que mesmo assim o filho não dá nenhum trabalho e superou a expectativa de todos. “Quando se fala em autismo, já se imagina uma série de dificuldades. Mas tem vários graus de autismo. O Daniel assimilou bem o tratamento e não apresentou problema nenhum”, afirma.
Sem reclamar
O jovem tem consciência que está em diálise? “Eu achei que ele iria ficar mais agitado. Mas não é isso que ocorre. Ele é forte e está aceitando bem o tratamento na hemodiálise nunca reclama”. E acrescenta: “é muito falante e eu entendo tudo O que ele quer dizer. Em casa ele fala o tempo todo. Chega a ser engraçado. Aqui na clínica, ele não se manifesta, agora, para não atrapalhar a nossa conversa. O Daniel é muito educado e sossegado. Não é nem um pouco agressivo. Às vezes eu preciso perguntar várias vezes para ele dizer o que está sentindo. Geralmente não reclama, mas eu sei que quando ele bate levemente com a mão, é sinal que está com alguma dor”, descreve a mãe, sem tirar os olhos das mãos do filho.
Transplante
Como é o cotidiano do Daniel? A mãe se apressa em responder: “Além de paciente renal ele é aluno da APAE e atleta da APADI – Associação Paradesportiva de Deficiência Intelectual de Joinville e treina na Embraco. É especialista em corridas e faz coordenação motora. Agora está mais devagar nas atividades esportistas, mas vai voltar logo com tudo”, torce a mãe. “Mas a minha maior expectativa é ver o meu filho transplantado. Acredito que logo ele vai receber essa benção”. Encerra.
Leo Saballa — Comunicação Pró-Rim