Pesquisar, estudar, compartilhar e disseminar conhecimento sempre fez parte de nossos planos dentro da Fundação Pró-Rim. Através da atualização médica e da participação em eventos especializados, sempre trazemos para a prática diária da medicina, um novo olhar para com o paciente, novas opções de investigação diagnóstica, de manejo de medicamentos e suas complicações.
Enfim, o paciente é sempre o objetivo de tudo. No mês de outubro nossa equipe participou do Congresso Brasileiro de Transplantes, e posso concluir que na nossa participação ao longo das edições do evento, percebemos o quanto a área de transplantes no país, e também na Pró-Rim, se desenvolveu. Este congresso acontece a cada 2 anos, e está na sua XII edição, sendo que participei, ainda como residente, do primeiro congresso da ABTO, em 1989, em Canela, no Rio Grande do Sul.
Nestes anos todos, o congresso amadureceu muito, tornou-se um evento de grande porte, com milhares de pessoas participando, não somente médicos, mas todos os profissionais envolvidos no processo de transplante. Desde enfermeiros, funcionários do estado envolvidos com a captação, psicólogas, nutricionistas, assistentes sociais, residentes, cirurgiões, nefrologistas, cardiologista, hepatologista. Todos submergidos neste universo envolvente e fascinante que é o transplante de órgãos. E a nossa participação também tem ocorrido assim.
A Pró Rim foi amplamente representada pela equipe multidisciplinar, com trabalhos significativos (ver aqui). Todos muito elogiados. Nas sessões onde se apresentaram outras grandes instituições como Unifesp, Usp, UFRGS, estávamos ali, lado a lado, compartilhando o fruto do nosso trabalho diário com os pacientes. No caminho de volta, ideias de novas pesquisas já começavam a fluir, num processo magnífico investigativo de conhecimento.
Agora, é o momento de prepararmos os próximos trabalhos.
Para o Congresso de 2015, já começamos um estudo de prevalência de polioma vírus na população transplantada. Este é um vírus que vive latente na população, e que no transplante, pode entrar em fase de replicação e causar dano renal.
Nenhum centro no Brasil fez até hoje um estudo de todos os seus pacientes usando a técnica do PCR como método diagnóstico. Este, por exemplo, é um trabalho em parceria com o Hemosc, que viabilizou a realização destes exames, e certamente participarão da publicação dos resultados.
Um aspecto muito importante também é o compartilhamento de experiências com outras equipes do Brasil. Sempre que interagimos com colegas da mesma área voltamos renovados, entusiasmados e gratificados por comprovar que realmente o que fazemos em Joinville é um transplante de muita qualidade, que os recursos que oferecemos aos nossos pacientes são os mesmos, por vezes até melhores, do que aqueles dos grandes centros universitários.
A Pró-Rim tem se tornado cada dia mais referência nos transplantes renais. Estamos recebendo pacientes de todo o país para realizar seus tratamentos junto a nossa equipe. Enxergamos isso como uma grande responsabilidade a nós confiada. Para isso, o conhecimento é o principal elemento neste processo de cuidar de quem precisa de nós. Ao buscarmos a atualização em congressos médicos de referência na área e – principalmente – acelerarmos a nossa produção científica, compartilhamos a nossa experiência, disseminamos conhecimento e amadurecemos para nos tornarmos cada vez melhores. Sempre para razão de ser: nossos pacientes.
Por: Dra. Luciane M. Deboni, médica coordenadora do setor de Transplante Renal da Fundação Pró-Rim – CRM/SC 6.828