O paciente Antônio surpreendeu equipe da Fundação Pró-Rim. Após passar por várias internações graves e necessitar da hemodiálise para sobreviver, o paciente conseguiu recuperar a função renal. Médica nefrologista explica que caso é considerado raro, por conta dos vários fatores crônicos.
Antonio José Castellan mora em Joinville (SC), tem 70 anos, é bancário aposentado, casado e possui três filhos. Foi diagnosticado com erisipela, um processo infeccioso da pele, que pode atingir a gordura do tecido celular, causado por uma bactéria que se propaga pelos vasos linfáticos. Por conta desta manifestação ele foi hospitalizado em São Paulo (SP) para uma série de exames. A infecção pode ocorrer em pessoas de qualquer idade, mas é mais comum nos diabéticos, obesos e nos portadores de deficiência da circulação das veias dos membros inferiores.
Antônio enumera as etapas que teve de superar. “Nos exames que fiz em São Paulo encontraram problemas com potássio e creatinina altos. Pela gravidade, fui encaminhado à UTI para tratamento e quando estava praticamente de alta peguei pneumonia e tive de retornar a internação. Recuperei-me e tive alta hospitalar. Porém, após três meses de internação, parei de urinar e fui encaminhado para o HCOR em São Paulo onde comecei o tratamento por hemodiálise”. Ele acrescenta: “Em outra fase, depois de três meses, fui transferido para uma clínica de recuperação também em São Paulo”.
O tratamento na Pró-Rim
“Os médicos acharam melhor eu e minha esposa morarmos com as filhas em Joinville (SC), onde eu deveria continuar com a hemodiálise na Fundação Pró-Rim. Cheguei à cidade em janeiro de 2021. Graças ao empenho de toda a equipe, agora estou em plena recuperação. Os rins voltaram a funcionar e não vou precisar de transplante e nem de hemodiálise”, comemora Antônio. Ele se mostra agradecido à toda equipe da Pró-Rim. “A Fundação Pró-Rim salvou a minha vida. Tenho gratidão eterna pelo que fizeram por mim”, reconhece.
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Caso raro
A médica da Fundação Pró-Rim, Dra. Ana Carolina Dias Campos, que acompanha o paciente, informa que a recuperação que ele apresenta sem precisar mais da hemodiálise, é um caso extremamente raro. Ele está em reavaliação semanal com exames e atendimento permanente da equipe, como justifica a médica: “Isso é para termos certeza que conseguirá manter-se sem precisar do recurso da hemodiálise”. Ela relaciona o paciente a alguns problemas crônicos como hipertensão, erisipela e obesidade. “Em 2020, em São Paulo, ele teve internação prolongada em UTI, por meses, entre idas e vindas em estado gravíssimo por infecção generalizada, que se iniciou justamente na pele, o que ocasionou choque séptico, que é o estado mais grave da sepse”, diz a médica.
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Neste estado crítico, acrescenta, “é comum que outros órgãos venham a sofrer juntos. Tem gente que não consegue respirar sozinho, às vezes depende de ventilação mecânica, aparelhos para respirar, a pressão arterial não se estabiliza sem medicamentos e o paciente pode ter sequelas no fígado. Nesta fase é muito comum apresentar insuficiência renal aguda e depender de hemodiálise”, complementa a médica.
“A gente costuma acompanhar a recuperação em pacientes renais mais jovens, que não tinham nenhuma doença renal prévia, que não chegaram a precisarem de tanto tempo de UTI ou de hemodiálise, como foi o caso dele. A partir de janeiro de 2021, ele começou a hemodiálise como tratamento crônico, ou seja, ficou vários meses em tratamento, na Fundação Pró-Rim, além do período que ele tinha feito em São Paulo”, descreve Ana Carolina.
Desfecho surpreendente
Ela enfatiza que o caso dele foi surpreendente. “Aos poucos o paciente foi se recuperando, com capacidade de se alimentar, caminhar e estabilizou a pressão arterial. Então começou a urinar um pouco mais, a não ter mais intercorrências e reduziu problemas com as sessões de hemodiálise. Consequentemente, revela a médica, os exames começaram a melhorar de um modo geral, sentindo menos sintomas, precisando cada vez menos de hemodiálise até que a equipe concluiu que ele havia recuperado a saúde, suficiente para não precisar mais de hemodiálise”.
Neste aspecto, conclui a Dra. Ana: “Há pacientes que recuperam a função renal, mas o caso dele, depois de tanto tempo internado em UTI e depois em hemodiálise crônica, é muito raro”. O que traduz este sentimento? “A recuperação do paciente Antônio está sendo uma felicidade muito grande para todos nós que neste período cuidamos da sua saúde. É como se fosse uma recompensa à nossa luta para salvar vidas diariamente”, resume a Dra. Ana Carolina.
Léo Saballa
Comunicação – Fundação Pró-Rim