Eles são jovens cariocas, se conheceram numa comunidade de pacientes renais no Orkut e ficaram amigos. Em comum, tinham a necessidade de fazer hemodiálise e o sonho do transplante renal. Confira, na entrevista abaixo, como Carlos Alberto Alves Filho, 28 anos, e André Licastro, 23, conheceram a Fundação Pró-Rim e realizaram, em menos de seis meses, seus transplantes.
O que os levou à perda da função renal?
Carlos – Eu comecei a ficar muito cansado e com enjoos, mas achava que era por causa das inúmeras atividades que fazia durante o dia. Quando procurei o médico, já estava com os dois rins parados, com anemia e pressão alta. Comecei as sessões de hemodiálise, que duraram 5 anos.
André – Tive nefrite aos 5 anos de idade. Na época, fiz o tratamento, mas depois nunca mais acompanhei. Aos 16 anos, estava com um rim atrofiado e com 19% da função renal do outro. Essa descoberta me deixou muito revoltado e eu não quis me tratar. Com 20 anos, comecei a passar mal e tive que iniciar a hemodiálise. Foi aí que vi que não era ruim, eu achava que passaria mal, mas não sentia nada, graças a Deus.
Qual é a profissão de vocês?
Carlos – Eu estava fazendo faculdade de Educação Física. Tranquei para vir fazer o transplante em Joinville e estou pensando se volto ou não. Como meu desejo era trabalhar em escolas, sei que não posso correr o risco de levar uma bolada na barriga, por exemplo.
André – Trabalhava no setor de estoque de uma grande loja, no Rio de Janeiro. Pedi demissão também para vir pra Joinville fazer o transplante.
Como vocês conheceram a Fundação Pró-Rim?
Carlos e André – Participamos de uma comunidade no Orkut, foi por meio dela, inclusive, que nos conhecemos. Formamos um grupo de amigos e uma delas contou que havia feito o transplante na Pró-Rim. Disse que a fila aqui era mais rápida e que o atendimento era ótimo. Ficamos animados, pois demoramos um ano só para entrar na lista de transplantes do Rio de Janeiro.
E como foi o processo das consultas até a realização do transplante?
Carlos – Chegamos a Joinville no final de setembro de 2010, viemos com minha mãe. Em um mês, já estávamos inscritos na lista de Santa Catarina. Fiz o transplante no fim de março.
André – Foi rápido porque a assistente social nos orientou a adiantar os exames. Os que restavam, fizemos quando chegamos aqui. Minha cirurgia ocorreu em fevereiro.
O que vocês sentiram quando receberam a ligação informação que havia um rim compatível com vocês?
Carlos – Eu estava no Rio de Janeiro, tinha ido ver minha namorada. Havia acabado de chegar em casa, por volta da meia-noite, quando o telefone tocou. Quando vi o DDD, sabia que era a ligação do transplante. O Dr. Carlos me deu as instruções, já tinha até visto os horários de voo pra mim. Foi tudo muito rápido, e consegui chegar a tempo.
André – Eu estava em Joinville, também era tarde quando o telefone tocou. No começo, senti um frio na barriga e uma ansiedade grande, mas foi tudo tranquilo depois.
E quando vocês voltam pro Rio?
Carlos e André – Estamos só esperando a alta médica e contando os dias porque aqui é muito frio! (risos)