A cafeína é considerada como uma das substâncias psicoativas mais consumida em todo o mundo, por pessoas de todas as idades, independentemente do sexo e da localização geográfica. Esse composto está presente na natureza em mais de 63 espécies de plantas, sendo que potencializa as ações farmacológicas sobre o sistema nervoso central (SNC). Nesse sentido a cafeína é uma substância capaz de excitar, favorecer o estado de alerta ou restaurar as funções cerebrais, sem, contudo ser considerada uma droga terapêutica. É comumente utilizada e livremente comercializada, por apresentar uma baixa capacidade de indução à dependência.
ONDE ENCONTRAR A CAFEÍNA
Suas fontes dietéticas principais são encontradas no café, chá, produtos de chocolate e alguns refrigerantes. Secundariamente, o mate, o guaraná e vários medicamentos, como emagrecedores, diuréticos, estimulantes e analgésicos, também contribuem para a sua ingestão.
A relação entre o consumo de cafeína e o possível desenvolvimento de algumas doenças tem despertado, há muito tempo, o interesse de pesquisadores. Embora muitas pesquisas tenham sido feitas, ainda não existem evidências de que quantidades moderadas de cafeína (aproximadamente 300mg/dia), o equivalente a uma quantidade de 350 a 750 ml/dia, sejam prejudiciais à saúde de um indivíduo normal.
CAFEINISMO
No entanto, um consumo superior a 400mg por dia pode levar ao chamado “cafeinismo”, cujos sintomas mais comuns são ansiedade, inquietação, irritabilidade, tremores, perda de apetite, tensão muscular e palpitações no coração. A cafeína realmente ativa o sistema de alerta. Se uma pessoa ingerir café, coca-cola ou bebidas energéticas algumas horas antes de deitar, pode vir a ter dificuldades para conseguir dormir. Porém, há pessoas que acabam tornando-se condicionadas ou tolerantes. Nesse caso, mesmo que não interfira no tempo de sono, a cafeína atrapalha sua qualidade. Existem estudos que mostram que, por ser excitante, ela aumenta o número de despertares. Por isso, aconselha-se sempre evitar toda e qualquer bebida que contenha cafeína em sua fórmula, algumas horas antes de dormir.
Entretanto, devido ao estímulo causado no SNC, se ingerida moderadamente (até 300mg/dia), proporciona alguns efeitos benéficos comprovados, como aumento da atenção mental, aumento da concentração, melhora do humor e diminuição da fadiga.
Bem como, estudo recentemente realizado na China com o objetivo de investigar associações entre a ingestão da cafeína e o risco do desenvolvimento de diabetes tipo II, teve resultado positivo. Pesquisadores concluíram que administrando 4 xícaras de café por dia em participantes do estudo, conseguiu-se diminuir 30% o risco de desenvolvimento de diabetes em comparação com os participantes que não consumiram nenhuma dose de cafeína. Portanto, para evitar os possíveis malefícios da cafeína na saúde, o ideal é consumir com moderação.
Tatiana Stela Krüger – Nutricionista tatinutri@prorim.org.br
Yurie Tartas Haruyama – Estagiária de Nutrição yurieharuyama@yahoo.com.br
Referências: ODEGAARD, A. O. et al. Coffee, tea, and incident type 2 diabetes: the Singapore Chinese Health Study. The American Journal of Clinical Nutrition, v. 88, p. 979-985, 2008.
TFOUNI, S. A. V. et al. Contribuição do guaraná em pó (Paullinia cupana) como fonte de cafeína na dieta. Revista de Nutrição Clínica, v. 20, n. 1, p. 63-68, jan./fev. 2007.
Por: Tatiana Stela Krüger – Nutricionistas – CRN10 1049