Dias de alta temperatura, em média na casa dos 30°C, sensação corporal de 40°C e uma sede insaciável. Nosso corpo pede água e obedecemos ingerindo em média 2 litros ao dia.
O que é simples para uns, pode ser difícil para outros. Como é o caso de quase 100 mil pacientes renais crônicos no Brasil que fazem diálise e têm limite diário de ingestão de líquido restrito, podendo chegar, em média, a apenas 500 ml por dia.
O médico nefrologista, Dr. Marcos Vieira, diretor clínico da Fundação Pró-Rim destaca que “os rins são órgãos responsáveis pela eliminação do excesso de sal e de líquidos do corpo. Quando eles não funcionam adequadamente e é necessário fazer diálise, o sal, as impurezas e os líquidos consumidos ficam acumulados, podendo trazer prejuízos à saúde, como o ganho de peso”.
O alto ganho de peso entre as sessões de diálise pode trazer sérias consequências como: aumento da pressão arterial, risco de infarto agudo do miocárdio, derrame e edema agudo de pulmão, que podem levar à morte.
Mas, o que pode aumentar o peso do paciente renal crônico? Dyane Correa, nutricionista da Pró-Rim, alerta que bebidas como café, chás, leite, gelatina, chimarrão, sucos, sopas e frutas como melão e melancia são opções que devem ser controladas.
Para saciar a sede então, a especialista indica opções alternativas como “chupar gelo ou bala de hortelã, escovar os dentes e, principalmente, diminuir o consumo de alimentos salgados ou muito doces”. E completa, “a quantidade de líquido a ser ingerido deve ser de acordo com o quanto a pessoa urina e a pressão arterial. Para saber se a quantidade de líquidos que toma está adequada, é necessário manter a pressão controlada e observar quanto de peso o paciente ganha entre as sessões de diálise. Se estiver acima do limite, sinal de que precisa diminuir o consumo de líquidos”.
Segundo a Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), a doença renal crônica (DRC) é uma das doenças que mais causa mortes no Brasil, ao lado do AVC (acidente vascular cerebral) e do infarto do miocárdio. Ainda de acordo com a SBN, um em cada dez adultos brasileiros possui algum tipo de doença renal, sendo que 70% desconhecem essa situação.
Qualquer sintoma ou dúvida deve ser consultada com especialista.